O secretário-geral da ONU, António Guterres, “condenou fortemente” os lançamentos de mísseis balísticos e artilharia da Coreia do Norte nesta sexta-feira (4), antes de uma reunião do Conselho de Segurança para discutir a escalada na península coreana.
Guterres reiterou “seus pedidos para que a Coreia do Norte se abstenha imediatamente de todo ato de provocação e cumpra plenamente com suas obrigações”, como exigem as resoluções do Conselho de Segurança, disse seu porta-voz, Stéphane Dujarric.
O chefe da ONU “está profundamente preocupado com as tensões na península coreana e o aumento da retórica de confronto”, acrescentou.
Ainda assim, “exortou” Pyongyang a negociar “uma paz duradoura e a desnuclearização completa e verificável da península coreana”.
Já o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, criticou “as provocações do regime de Pyongyang (…) que só levam a mais insegurança e instabilidade na península”.
Estas críticas foram feitas horas antes da reunião do Conselho de Segurança da ONU, a pedido de vários países europeus e dos Estados Unidos, para analisar a situação na península coreana, que será concluída com uma declaração conjunta, segundo diplomatas.
A Coreia do Norte disparou cerca de trinta mísseis na quarta e na quinta-feira. Um deles caiu próximo às águas territoriais da Coreia do Sul, pela primeira vez desde o fim da Guerra da Coreia, em 1953. Também lançou um míssil balístico intercontinental (ICBM) na manhã de quinta-feira, que aparentemente falhou.
“Todo teste nuclear e toda a ação perigosa receberá uma resposta internacional rápida, robusta e unida”, advertiu nesta sexta o G7, cujos ministros das Relações Exteriores estão reunidos na Alemanha e condenaram a escalada na região.
O exército sul-coreano anunciou a mobilização nesta sexta de caças de combate, após detectar 180 aviões de guerra norte-coreanos, um novo episódio do espetacular aumento das tensões nos últimos dias na península coreana, que coincidem com exercícios militares conjuntos de Seul e Washington.