O mercado de capitais está em ebulição desde que o Congresso aprovou proposta do governo que aperta a tributação sobre os chamados fundos exclusivos, que até então garantiam aos super-ricos o privilégio de embolsar os rendimentos pagando praticamente nada de Imposto de Renda – bem diferente do que acontecia com os fundos ao alcance do grosso dos investidores no varejo. Depois disso, segundo reportagem de
, da revista Veja, a equipe econômica ainda limitou o lastro para novas emissões de letras e certificados de crédito imobiliário e do agronegócio. Essa festa acabou.Em um movimento mais recente, o governo fechou mais uma porta, desta vez para a criação de novos fundos exclusivos de previdência, que contam com incentivos fiscais. O sinal é claro: a equipe econômica quer barrar estratégias de planejamento tributário das famílias ultra ricas e, por tabela, manter em alta uma nova fonte de arrecadação.
O que se vê agora é uma corrida para definir o melhor destino desse dinheiro – a estimativa é de cerca de R$ 750 bilhões em fundos fechados exclusivos, número que inclui as estruturas de investimento em previdência. A lista abaixo foi repassada à coluna da Veja por banqueiros do eixo São Paulo-Rio. Num cenário que ainda mistura juros reais elevados e perspectiva de queda gradual da Selic, as recomendações passam por títulos do Tesouro Direito a ações e fundos de crédito privado, entre outros.
- Papéis em IPCA, NTN ou CDB: Os títulos públicos atrelados à inflação (IPCA) e as Notas do Tesouro Nacional série B (NTN-B) são opções de investimento em renda fixa que oferecem proteção contra a inflação e uma rentabilidade previsível;
- Debêntures incentivadas (debêntures de infraestrutura): As debêntures incentivadas são títulos de crédito emitidos privados por empresas do setor de infraestrutura, como rodovias, aeroportos e energia. São isentas de Imposto de Renda para pessoas físicas;
- CRI/CRA de emissores de 1.ª linha, denominados em IPCA+, NTN-B com vencimento em 2027/28;
- Títulos de crédito privado emitidos por empresas de primeira linha e com bom histórico de pagamento;
- Bolsa de Valores: neste caso, o olhar passa tanto pelos fundos de ações quanto pela compra direta de papéis. Banqueiros citam ações de grandes bancos e companhias como Cosan, Equatorial e Localiza, que teriam neste momento potencial de valorização acima da média do mercado.