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quarta-feira 14 de dezembro de 2022 às 07:32h

OMS quer ação urgente para garantir água potável, saneamento e higiene global

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que ações urgentes devem ser implementadas para garantir água, saneamento e higiene globalmente. Um novo relatório da agência de saúde da ONU também aponta que é necessária a gestão sustentável do recurso para evitar impactos na saúde de milhões de pessoas.

As conclusões do estudo, feito com análise da ONU Água, mostram que a aceleração dessas medidas é fundamental para alcançar o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 6, para a universalidade do acesso à água e saneamento até 2030.

Metas de saneamento

Enquanto 45% dos países estão a caminho de atingir suas metas de cobertura de água potável definidas nacionalmente, apenas 25% seguem para alcançar os objetivos de saneamento básico.

Menos de um terço afirmam ter os recursos humanos necessários para realizar as principais funções de água potável, saneamento e higiene, conhecido pela sigla em inglês Wash.

O estudo publicado pela OMS e ONU Água detalha o estado mais recente dos sistemas Wash em mais de 120 nações e é a maior coleta de dados do maior número de países até o momento.

Investimento em água potável, saneamento e higiene
Segundo o levantamento, embora o investimento em água potável, saneamento e higiene tenha subido em algumas partes do globo, mais de 75% das nações avaliadas relataram financiamento insuficiente para implementar seus planos e estratégias.

O diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, alertou para uma crise urgente com o “acesso deficiente a água potável segura, saneamento e higiene”, que encurta milhões de vidas anualmente.

Ele ressalta que com a frequência e intensidade crescentes de eventos naturais extremos relacionados ao clima continua, aumentando a dificuldade na prestação de serviços seguros.

Engajamento nacional e mudança climática

O chefe da OMS ainda fez um apelo a governos e parceiros de desenvolvimento para que fortaleçam os sistemas e investimentos em água potável e serviços de saneamento com gestão segura para todos até 2030.

Os dados mostram que a maioria das políticas e planos para água potável, saneamento e higiene não aborda os riscos das mudanças climáticas, nem a resiliência climática das tecnologias e sistemas de gestão do setor.

Pouco mais de dois terços dos países têm medidas para atingir as populações afetadas pelas mudanças climáticas e apenas um terço monitora o progresso e investe nessas populações.

Longe do ODS 6

O presidente da ONU Água e diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho alerta que o mundo está “seriamente fora da rota para alcançar o ODS 6”.

Gilbert F. Houngbo adiciona que a falta de investimentos deixa bilhões de pessoas expostas a doenças infecciosas, especialmente após desastres naturais.

Para ele, os novos dados apontam os compromissos voluntários que a comunidade internacional deve fazer na Conferência da Água da ONU de 2023 para cobrir comunidades mais vulneráveis e resolver a crise global de água e saneamento.

O evento, que propõe a revisão das ações da Década das Nações Unidas para Ação sobre Água e Saneamento, de 2018 a 2028, acontecerá na sede da ONU em Nova Iorque, de 22 a 24 de março de 2023.

Urgência e oportunidades

A reunião será a primeira oportunidade em 50 anos em que a comunidade global revisará o progresso e assumirá compromissos firmes para renovar as ações sobre água e saneamento. com líderes globais.

Segundo a OMS, as consequências das mudanças climáticas e eventos climáticos extremos trazem mais atenção para essas questões, destacando a necessidade urgente de uma abordagem de toda a sociedade e cooperação global para agir em conjunto.

A publicação mostra que os países que estão progredindo demonstraram alto nível de compromisso político e investimentos na melhoria e segurança de sistemas de água potável, saneamento e higiene.

Com o relatório, a OMS e a ONU Água apelam a todos os governos e partes interessadas a aumentar o apoio à prestação de serviços por meio de governança, financiamento, monitoramento, regulamentação e desenvolvimento de capacidade fortalecidos.

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