Classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma variante de preocupação do novo coronavírus (Sar-CoV-2), a ômicron assusta o mundo pela velocidade com que se propaga. Apesar da rápida disseminação e das poucas informações, a nova cepa ainda não fez nenhuma vítima fatal no mundo.
A ômicron foi detectada pela primeira vez na África do Sul e já é predominante na província da Gauteng (84% dos casos, sobrepondo-se com facilidade sobre a delta), a mais populosa do país. Mesmo com o aumento de infecções diárias, a taxa de mortalidade ainda é semelhante às variantes anteriores.
Cientista do Instituto Nacional para Doenças Comunicáveis da África do Sul, Waasila Jassat declarou em entrevista coletiva que a proporção de pessoas com diagnóstico de Covid-19 que precisaram ser hospitalizadas é similar à de surtos provocados por outras cepas. Segundo Jassat, 87% dos hospitalizados não estão totalmente vacinados (2 doses ou dose única).
A ômicron apresenta 50 novas mutações genéticas, sendo 30 na proteína spike, que o vírus utiliza para se prender às células humanas. Essa diferença em relação à variante delta, responsável pela última onda da doença que assolou o mundo, pode explicar a rápida propagação.
Ainda não se sabe como a nova cepa reage à imunização proporcionada pelas vacinas contra a Covid-19. Entre os infectados, alguns já haviam sido vacinados totalmente, mas é também possível que a vacina impeça a gravidade e a hospitalização dos novos infectados – as farmacêuticas alegam que precisam de mais duas semanas para exibir dados concretos sobre a eficácia em relação à nova cepa.
A tese foi corroborada por Abdool Jarim, conselheiro chefe do governo sul-africano. O médico sul-africano Unben Pillay, por sua vez, disse em coletiva que “ainda não vimos um aumento significativo das internações, mas ainda é muito cedo”.
Atualmente, 0,53 pessoa por milhão morre diariamente de Covid-19 na África do Sul – no Brasil, a taxa é de 1,08. A taxa de infecção diária também é menor que no Brasil: 30 para cada milhão contra 42 para cada milhão de brasileiros.
Contudo, a ômicron espalha-se rapidamente na África do Sul: em 11 de novembro, havia 300 infecções diárias em média contra 3,2 mil registradas no último domingo (28). A população mais vulnerável são jovens entre 20 e 30 anos, naturalmente menos vulneráveis, porém também menos vacinados.