A quinta-feira (27) já tinha começado quente no grupo de WhatsApp dos senadores. Flávio Bolsonaro, que não é integrante da CPI da Covid, mas tem marcado presença em todas as reuniões, sempre atuando conforme a coluna de Vera Magalhães, como zagueiro do governo do colegiado, enviou um texto de um site de apoio ao governo para dizer que a CPI era “natimorta” e não tinha apoio da opinião pública.
O presidente da comissão, que já vem perdendo a paciência com o comportamento do filho de Jair Bolsonaro durante as reuniões, e tem sido alvo de posts com ataques por parte do presidente e de demais familiares, reagiu.
“A opinião pública ou os seus robôs?”, perguntou o senador amazonense para Flávio, no grupo.
No depoimento de Mayra Pinheiro, secretária de Gestão do Ministério da Saúde, os dois já haviam tido uma rusga. Diante das constantes interferências de Flávio Bolsonaro no tempo de fala dos colegas, Aziz respondeu que a médica “não precisava de babá”.
Os bolsonaristas adotaram a tática de confrontar publicamente a CPI, na expectativa de voltar a opinião pública contra ela. Isso tem sido feito de forma explícita pelas redes sociais e também nas falas públicas de Bolsonaro. Ele já chegou a insinuar que o Amazonas sofreria muito sem a zona franca de Manaus, citando nominalmente Aziz e Eduardo Braga (MDB), outro senador amazonense na CPI, o que foi entendido por eles como tentativa de intimidação.