Olívia Santana quer escola com nome de Makota Valdina

A deputada Olívia Santana (PCdoB) indicou na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), com encaminhamento ao governador Rui Costa (PT), o batizado de uma escola ou equipamento educacional da rede pública estadual com o nome de Valdina de Oliveira Pinto, mais conhecida como Makota Valdina, falecida na madrugada da última terça-feira (19), vítima de uma parada cardiorrespiratória, aos 75 anos. De acordo com a parlamentar, a indicação é um reconhecimento pela contribuição da professora, líder religiosa e feminista na defesa da democracia, da liberdade e dos direitos humanos.

“Uma mulher extraordinária, de estatura política e intelectual exuberante. Ela falava sobre temas complexos de forma simples, didática e relevadora de caminhos inimagináveis para muitos. Valdina discursava contra o racismo e exigia respeito. Do alto da sua autoridade, bradava: ‘não quero que me tolerem; exijo que me respeitem! Respeitem minha cor, minha história, minha cultura, meu povo e a minha religião’”, afirmou Olívia.

A legisladora esclarece que a educadora, líder religiosa e militante da causa negra Makota Valdina desde jovem se destacou em defesa da melhoria das condições de vida para a sua comunidade. Para tanto, se dedicou à educação e à cultura, meios pelos quais construiu uma trajetória de muita ousadia e superação de obstáculos. Militante tenaz da luta antirracista, dos direitos das mulheres e combate ao ódio religioso, Valdina era ponto de convergência dos vários segmentos sociais de enfrentamento ao racismo, machismo, intolerância religiosa e formas conexas de opressão existentes na sociedade.

“Em reconhecimento pelo trabalho voluntário e primordial em favor da população mais pobre e discriminada da primeira capital do Brasil, Makota Valdina foi homenageada por mim, então vereadora do Município de Salvador, que lhe entreguei a Comenda Maria Quitéria”, disse a deputada.

Segundo Olívia, a líder religiosa participou ativamente do processo de redemocratização do País, pela derrubada do regime militar, e atuou pela construção e implementação de políticas de promoção da igualdade racial, especialmente pela adoção do sistema de cotas nas universidades públicas, com garantia de inclusão de estudantes negros no ensino superior.

Ainda de acordo com a deputada, Valdina é figura destacada na luta pela liberdade religiosa do Candomblé, Umbanda, Batuque, Pajelança, Omolocô, Xangô e cogêneres de influência africana no Brasil.