Os ataques à linha de transmissão em São Desidério causaram prejuízos na ordem de R$ 20 milhões e colocaram em risco o Sistema Interligado Nacional
Além de importante polo agrícola, o Oeste da Bahia é fundamental para dar vazão à energia gerada pela hidroelétrica de Belo Monte, no Pará. No entanto, três atos de sabotagem, somente este ano, no município de São Desidério, podem frear os investimentos em novas linhas de transmissão e as ambições do setor em relação à região. Os ataques à linha de transmissão da empresa Paranaíba em São Desidério, aconteceram nos dias 14 de janeiro, 10 de agosto e 20 de agosto, causando prejuízos na ordem de R$ 20 milhões e colocando em risco o Sistema Interligado Nacional.
A Subestação de Barreiras II, de onde sai a linha da transmissão da empresa, insere-se dentro do modelo brasileiro energético e é um dos principais polos que transportam parte da energia de Belo Monte para o Nordeste e Sudeste do Brasil. A subestação Barreiras II integra a linha de transmissão em 500 Kv “Barreiras II – Rio das Éguas (São Desidério) – Luziânia – Pirapora 2,” intitulado de “Projeto Paranaíba”, de quase mil quilômetros de extensão, aproximadamente duas mil torres e quatro subestações, distribuídas pelos Estados da Bahia, Goiás e Minas Gerais.
A necessidade e o sucesso deste projeto, já implementado e em operação pela concessionária Paranaíba Transmissora de energia Elétrica S.A consolidou a vocação de Barreiras como importante eixo Norte-Nordeste -Sudeste de transmissão de energia, o que fez com que o Ministério de Minas e energia encomendasse à Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL mais três projetos de linhas de transmissão que têm como ponto convergente a Subestação de Barreiras II.
Investimento
Os três projetos já foram concedidos e estão em implantação pelas empresas concessionárias EQUATORIAL 1, EQUATORIAL 2, ligadas ao Grupo brasileiro Equatorial; e EKTT, pertencente ao grupo espanhol Neoenergia, com investimentos previstos em R$ 3 bilhões. Junto com as instalações da Paranaíba fazem parte do Sistema Interligado Nacional (SIN) de transmissão e distribuição de energia elétrica brasileiro.
Segundo o responsável pelo setor jurídico da empresa, Fagner Gamonal, “os atentados ocorridos no decorrer deste ano, com o intuito claro de causar dano ao SIN, podem colocar em xeque os investimentos previstos pelos projetos já em implantação, bem como fazer com que o planejamento energético que beneficia a região seja alterado pelo Ministério de Minas e Energia”.
Investigação
Diante da abrangência nacional deste empreendimento, a Polícia Federal assumiu as investigações deste ato criminoso, já classificado pela polícia baiana como sabotagem. Os criminosos, ainda foragidos, poderão responder pelo crime de “Atentado Contra a Segurança de Serviço de Utilidade Pública”, com pena de 1 a 5 anos de reclusão. A proximidade entre os ataques e a possibilidade de novos atentados às linhas de transmissão da Paranaíba no Oeste da Bahia coloca em sinal de alerta as autoridades federais e locais, e todo o sistema elétrico nacional. As informações são da Araticum Comunicação.