O departamento de observação eleitoral da Organização dos Estados Americanos (OEA) declarou, nesta terça-feira (30), que não reconhece os resultados das eleições presidenciais da Venezuela que foram realizadas neste domingo (28). Para o órgão, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) mostrou uma clara tendência a favor de Nicolás Maduro.
Segundo o CNE, o ditador recebeu 51% dos votos válidos, enquanto que o seu opositor, Edmundo González Urrutia, teria recebido 44%. Mas, o relatório ao qual a OEA teve acesso mostra que a oposição recebeu 73% dos votos, mais que o dobro recebido por Maduro.
– Os acontecimentos da noite eleitoral confirmam uma estratégia coordenada para minar a integridade do processo eleitoral – diz o relatório da OEA.
Que conclui:
– O que aconteceu mostra, mais uma vez, que a CNE, as suas autoridades e o sistema eleitoral venezuelano estão ao serviço do poder executivo e não dos cidadãos.
Secretário da OEA também se manifestou
O secretário-geral da OEA, Luis Almagro, pediu o reconhecimento das atas eleitorais em poder da oposição da Venezuela e que o ditador Nicolás Maduro reconheça a derrota e abra caminho “para o regresso da democracia”.
Em comunicado, a Secretaria-Geral da OEA afirmou que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) ainda não conseguiu apresentar a ata pela qual Maduro teria vencido, o que neste momento seria “risível e patético, se não fosse trágico”.
Na opinião de Almagro, “é imperativo” que Maduro aceite as atas da oposição liderada por Edmundo González Urrutia e María Corina Machado e “consequentemente aceite sua derrota eleitoral e abra o caminho para o regresso da democracia na Venezuela”.
Reunião Extraordinária
Atendendo ao pedido feitos pelos países Paraguai, Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Peru, República Dominicana e Uruguai, a OEA realizará nesta quarta-feira (31) uma reunião extraordinária do Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) para abordar os resultados do processo eleitoral na Venezuela.