Quanto maior a obra, maior a geração de renda e emprego, destaca sindicato
Conforme o jornal O Tempo, o futuro estádio do Atlético, a Arena MRV deve gerar quase 13 mil novas ocupações direta ou indiretamente ao longo de suas obras, previstas para terminar em meados de 2022. Considerando o efeito induzido na economia, o empreendimento tem potencial de movimentar quase R$ 800 milhões de renda gerada com o investimento.
Os números são de um estudo elaborado pelo Sindicato da Construção Civil de Minas Gerais (Sinduscon-MG), obtido pelo Super.FC. “A obra da arena gera um impacto muito importante não só para a economia mas para o aspecto social. Não é só a geração de renda, mas de emprego também e movimenta, não só a construção civil, mas setores indiretos, como alimentação ao redor da obra, transporte. Quanto maior a obra, maior a geração de renda e emprego”, destaca a assessora econômica do Sinduscon-MG, Ieda Vasconcelos, autora do estudo.
Com relação aos empregos, a construção do estádio deve criar 4.180 vagas diretas na construção civil, 2.090 empregos indiretos – nos setores fornecedores de insumos para o setor – e 6.665 empregos induzidos, que vão movimentar a economia como um todo. O levantamento considera o número de empregos gerados ao longo do período de 30 meses de construção. Atualmente, cerca de 300 pessoas trabalham no canteiro de obras, localizado no bairro Califórnia, região Noroeste de Belo Horizonte. As máquinas entraram em campo em 20 de abril do ano passado.
A Arena MRV terá um investimento total de R$ 550 milhões, sendo R$ 450 milhões na obra direta e R$ 100 milhões em contrapartidas, como melhorias nas vias de acesso à região (o empreendimento aguarda a aprovação da BHTrans para dar início a essa fase; posteriormente, os projetos executivos sejam contratados). O estádio terá capacidade para 46 mil torcedores.
O estudo do Sinduscon mostra que as obras poderão gerar R$ 271 milhões de renda direta na forma de salários, rendimento de autônomos, lucro da empresa e imposto sobre a produção. Além desse valor, a estimativa é que outros R$ 154 milhões sejam gerados de renda para fornecedores de matéria prima. Considerando o efeito induzido para a economia, serão gerados mais R$ 369 milhões, totalizando R$ 794 milhões.
“Um empreendimento do porte da Arena MRV traz grandes benefícios para a cidade antes mesmo do início efetivo da operação, com jogos e eventos. A obra gera empregos, impostos para o município, movimentação no setor de serviços. Em um momento de pandemia e crise econômica em diversos setores, ficamos satisfeitos que a obra contribua para a geração de receitas, mesmo estando em uma fase inicial”, destaca o CEO da Arena MRV, Bruno Muzzi. Ainda não há um estudo com estimativa de quantos empregos a Arena MRV vai gerar na fase de operação.
Em outubro do ano passado, reportagem especial do Super.FC já contava os impactos do estádio na vizinhança. O comerciante Wanderlei Medeiros, de 39 anos, se mudou para o bairro assim que soube da aprovação do empreendimento e montou uma padaria. Vamos fazer alterações para transformar parte da padaria num bar e receber bem os clientes”, destacou. A expectativa para o estádio ficar pronto é bem animadora, ele já está gerando bem mais emprego e renda. O pessoal está direto vendendo cerveja, ganhando o dinheirinho deles”, contou a auxiliar de balcão, Amanda Rocha.
“A Arena MRV é uma das maiores obras atualmente no estado e um empreendimento desse porte tem capacidade de movimentar a economia principalmente com a geração de muitos postos de trabalho. Os números que nos foram apresentados pelo Sinduscon são realmente impactantes, sabíamos que seria um número considerável”, ressaltou Muzzi.
Plano de negócios
A Arena MRV é uma sociedade de propósito específico (SPE). Embora seja um estádio do Atlético, o empreendimento é gerido de forma independente, com recursos aportados diretamente na obra. Os R$ 296,8 milhões (valor atualizado) da venda de metade do shopping Diamond Mall para a Multiplan, por exemplo, vão diretamente para a construção do estádio, e não passam pelo Atlético. Para fechar a conta, o clube vendeu os naming rights para a MRV, por R$ 60 milhões, e está comercializando cadeiras cativas e camarote para conseguir ter todos os recursos necessários.
Carro-chefe da economia
A construção civil foi o setor que mais gerou vagas com carteira assinada em Minas Gerais em 2020, mesmo com a pandemia. De janeiro a outubro, foram 25.248 vagas em todo o Estado, só perdendo para São Paulo, com cerca de 30 mil vagas. A construção civil gerou quase o dobro de empregos do que a indústria, que em Minas esteve em na faixa de 12,7 mil.
A setor passou por uma série crise no país entre 2014 e 2018, com uma queda de 30% da atividade. “Em 2019, tivemos um crescimento de 1,6%, um crescimento pequeno. Em 2020 conseguimos continuar produzindo, gerar emprego e renda, com obras de famílias, informais. No contexto geral, ainda vamos registrar uma queda do setor no ano passado, mas sem dúvida, a situação estaria bem mais difícil, se não fosse obras como essa, da Arena MRV e do segmento imobiliário. Para 2021, estamos aguardando a consolidação do processo de recuperação”, ressalta Ieda Vasconcelos, do Sinduscon-MG.