Atenta à defesa dos direitos trabalhistas, a OAB da Bahia esteve presente, na noite desta última quinta-feira (30), à abertura do V Encontro de Direito Sindical, no Wish Hotel da Bahia, no Campo Grande.
Com o tema “Sindicalismo.(R) Existir é preciso”, o evento, promovido pelas Associações Brasileira e Baiana da Advocacia Trabalhista (ABRAT e ABAT), reuniu juristas, dirigentes sindicais, advogadas e advogados de todo o país para debater a importância da afirmação dos direitos sindicais na sociedade democrática.
Ao destacar a importância da defesa dos direitos sindicais, o presidente da OAB-BA, Fabrício Castro, disse que a “Justiça do Trabalho está morrendo por inanição”. “Não é só uma legislação específica. Cada dia que o trabalhador deixa de buscar seu direito, ela morre um pouco mais. Por isso, nós, da advocacia, temos como missão lutar em sua defesa”, conclamou.
A presidente da ABRAT, Alessandra Camarano, destacou que, só este ano, a advocacia teve que lidar com a medida provisória que “saqueou” a estrutura de fiscalização do Ministério do Trabalho e com a PEC da Reforma da Previdência, “que arrasta para dentro dos sindicatos a interferência inconstitucional e imoral do estado”.
O presidente da ABAT, Ivan Isaac, também falou sobre o cenário de crise. “É um momento em que o movimento sindical vem sofrendo ataques não só por conta da reforma, mas por conta dos ataques feitos pelo governo atual aos sindicatos. Então realmente precisamos reunir a advocacia para refletir e levantar soluções para a área trabalhista”, pontuou.
Também conclamando a classe, a presidente da Comissão Nacional da Mulher Advogada, Daniela Borges, ressaltou que “é muito importante a advocacia perceber a dimensão dessa luta, porque ela não é apenas em prol da advocacia trabalhista”. “Ela é muito maior. São os próprios direitos sociais que estão sendo ameaçados”, disse.
(R)Existir
Realizada no ano do centenário da Organização Internacional do Trabalho, a quinta edição do evento, segundo os presentes, teve ainda mais representatividade por ser sediada em Salvador.
De acordo com vice-presidente do Nordeste da ABRAT, Jorge Lima, “nesse momento, em que as centrais sindicais estão sendo destruídas pelo atual governo, o evento se torna ainda mais significativo quando acontece em Salvador, devido à importância simbólica que a cidade tem”.
O palestrante Luís Carlos Moro descreveu Salvador como “polo do sindicalismo e da resistência”. “E falar do movimento sindical no momento atual é justamente falar de resistência, de como resistir à situação que vivemos hoje, porque, neste atual momento, ou as pessoas com democracia na alma se juntam ou seremos atropelados pela circunstância”, concluiu.
O evento segue nesta sexta-feira (31), durante todo o dia, no Wish Hotel, com palestras e discussões voltadas à defesa dos direitos sindicais.