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terça-feira 19 de dezembro de 2023 às 17:02h

O que os CEOs fazem para se desconectar da rotina e do trabalho

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Assim como não há uma trajetória profissional que seja igual a outra, não há uma fórmula única que os executivos e executivas sigam para se desconectar e buscar equilíbrio para enfrentar os desafios do mundo corporativo. Para alguns, a receita é simples e inclui uma boa noite de sono e jantar com os filhos. Outros seguem uma rotina de exercícios. Há quem prefira meditar, viajar ou cozinhar com os amigos. O mais importante, segundo 19 CEOs em que participaram do podcast CBN Professional em 2023, é de acordo com reportagem a Stela Campo, do jornal Valor, reservar um tempo na agenda para cuidar de si mesmo.

Gustavo Werneck, CEO da Gerdau, diz que como um entusiasta da filosofia oriental busca o seu equilíbrio no karatê, esporte no qual chegou à faixa preta, a mais graduada. “Procuro cuidar da saúde física e mental para que eu possa exercer um potencial cada vez maior dentro do tempo que eu tenho”, explica.

Outro adepto das artes marciais é Jean Jereissati, CEO da Ambev, praticante de jiu-jítsu. Ele conta que já participou até de campeonatos e que é uma forma eficaz de se desconectar. Na pandemia, operou os joelhos que, segundo ele, “estavam capengas”, mas diz estar muito animado com a retomada da rotina dos treinos. “Planejo voltar aos campeonatos”, avisa.

A capacidade de se desligar dos problemas enquanto pedala é o que faz José Formoso, CEO da Embratel, levar o ciclismo a sério. Ele gosta de participar de provas, cuida da alimentação e se prepara para a pista. “É todo um planejamento”, conta. Ele ressalta o benefício da alta concentração que esse esporte requer, onde uma distração pode causar um acidente. “É bom para a cabeça.”

Conseguir relaxar e dormir às vezes é difícil para quem tem uma rotina atribulada, mas cuidar desse momento é essencial para a saúde física e mental. “Eu preciso dormir seis horas para estar com a minha melhor energia e disposição. Esse negócio de dormir quatro horas é bacana, mas para mim não funciona”, conta Paula Bellizia, presidente de pagamentos globais do Ebanx. A executiva viaja muito a trabalho, mas procura se cuidar onde quer que vá. “Faço um pouquinho de pilates, musculação, tento me alimentar super bem, faço exames regulares”, conta.

Mônica Hauck, CEO da Sólides, dormia de duas a três horas por noite desde criança. No trabalho, aproveitava para responder e-mails às duas da madrugada. Decidiu mudar esse hábito para melhorar sua saúde mental. “Não consegui ainda chegar ao estado da arte de dormir sete horas, mas já dormi cinco”, comemora. Ela tem se disciplinado e diz que não está mais acordando no meio da noite pensando em problemas. “Até comecei a ajudar meus filhos a dormir melhor”, ressalta.

Daniel Mazini, CEO da Amazon, gosta de colocar os filhos para dormir e tenta se organizar para isso, nem que tenha que trabalhar um pouco depois. Seu hobby é passar mais tempo com a família. “Eu corro, mas adoro fazer um churrasquinho, sou um cara bem comum”, brinca. E um pouco geek, admite. “Sou louco por ficção científica, gosto de ler e assistir filmes como ‘Star Wars’”.

Cláudia Woods, CEO do WeWork para AL, também gosta de correr e se reunir à noite para assistir séries e filmes com o filho de 15 anos. “Sentamos no sofá e é um momento de descompressão para um dia cansativo”. Ela diz que eles sempre assistem algo relacionado com esportes, como a série “Ted Lasso”. “É uma janela para você ter uma conversa sobre algum assunto complicado com um adolescente.”

Para o português Miguel Setas, CEO do Grupo CCR, a vivência com a família o ajuda a olhar para várias dimensões da vida. “Na prática, cuidamos para ter uma alimentação saudável, fazer exercício físico e criamos estímulos para a nossa curiosidade cultural sobre o Brasil”. No lado introspectivo, ele destaca a prática da meditação e olhar para a espiritualidade. “São momentos para entrar em contato com a minha essência”, diz. E, lembra: “Não há receita única, cada pessoa encontra o seu jeito de se encontrar.”

Para alguns, esse momento é à noite. Paulo Freitas, CEO da Tivit, diz que procura encerrar o expediente às 20 horas, e daí entra no modo ginástica e ouvir música. “Esse é meu mantra”, diverte-se. Para outros, madrugar faz parte da rotina. Talita Santos, CEO da Gtex, pula da cama às cinco e meia todos os dias. Às seis horas já está na quadra de tênis, depois segue para a academia. “É importante para mim, sinto muita diferença.”

 A espanhola Marta Diez, CEO da Pfizer, incluiu os exercícios diários de pilates e musculação depois da pandemia. “Estou muito orgulhosa”, diz. “A atividade física ajuda a ir para o trabalho com a cabeça mais clara”, comenta. Outro hobby que vem desenvolvendo é cozinhar alguns pratos brasileiros, como tapioca. Rodrigo Galindo, ex-CEO e atual chairman da Cogna, vai para a academia seis dias por semana, e como Diez, gosta de cozinhar. “Eu bebo muito pouco, mas adoro preparar drinks”. Ele diz que se especializou no “Fitzgerald”, que leva vodka, syrup, limão e uma pedra grande de gelo.

Helio Rotenberg, CEO da Positivo Tecnologia, não dispensa um bom vinho com amigos e viajar com a família. “Nos três primeiros dias da viagem é duro desligar”, confessa. Ele foi já nadador, mas agora faz academia. “A adrenalina ajuda a esfriar a cabeça”, enfatiza.

Estar na praia, para Maurício Rodrigues, CEO da Bayer Cropscience para a AL, é sua forma de desconectar. Na pandemia, trabalhou a distância em uma casa alugada no litoral e tomou gosto por caminhar e se exercitar ao sol. Mas como viaja muito para o exterior a trabalho, às vezes seu esporte é menos tropical. “Sempre que vou para os Estados Unidos aproveito para esquiar.”

Eu corro, mas adoro fazer um churrasquinho, sou um cara bem comum. Um pouco geek, talvez”
Daniel Mazini

Thomas Dubaere, CEO para as Américas da rede de hotéis Accor, também viaja muito e gosta de experimentar coisas e conhecer novas culturas, mas não abre mão dos exercícios. “Sou fanático por esporte, faço tênis, bicicleta, natação e até box”, diz.

Muitos dizem que o contato com a natureza é fundamental. Mariana Vasconcelos, CEO da Agrosmart, que cresceu em uma fazenda, mesmo morando no exterior, sempre que pode consegue um jeito de andar a cavalo. “Amo fazer isso e também dançar”, revela. Ela costuma arriscar uns passos junto com a comunidade latina nos EUA.

Mirele Mautschke, CEO da DHL Express, dançou profissionalmente desde os 17 anos. Fez sapateado, ballet, mas com o tempo deixou de lado. “Estou pensando em voltar”, conta. Hoje sua rotina é de exercícios funcionais, duas vezes por semana. “Me policio porque às vezes dá preguiça”, diz. Ela conta que como é uma pessoa mais introspectiva, recarrega sua energia apenas ficando quieta e sozinha.

Reservar um momento de paz e silêncio pela manhã, bem cedinho, é essencial para Fernanda Ribeiro, CEO da Conta Black. “Leio dez páginas para manter a leitura em dia e medito”, diz. Na hora do almoço, ela vai para a academia. “Brinco com a minha equipe que é o almoço do terror”, brinca. Mas é uma forma de trazer esses valores para a nossa cultura, dar o exemplo. Roberto Santos, CEO da Porto, relaxa lendo. “Isso fez diferença na minha vida pessoal e profissional, então incentivo a todos.”

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