Promete ser animada a próxima reunião do conselho de administração da Petrobras. Basicamente, por fatos ocorridos na sexta-feira (5) de acordo com a coluna de Lauro Jardim.
O primeiro ocorreu de manhã, quando Jair Bolsonaro comandou uma reunião para tentar diminuir o preço do diesel. Quis, assim conforme a coluna, afagar os caminhoneiros, que têm ameaçado parar o país. Bolsonaro, na véspera, chegou a dizer que não aceitava a explicação de que o combustível no Brasil é barato e que cobraria uma justificativa do presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco.
O segundo se deu no meio da tarde da sexta: a repórter Sabrina Valle revelou que, no ano passado, a Petrobras alargara de três meses para um ano o prazo de apuração da política de preços de combustíveis.
Esses dois fatos combinados produziram mal estar e preocupação entre alguns conselheiros da estatal. Eles vão pedir à diretoria explicações sobre os estudos que levaram a essa alteração e suas consequências. Hoje, a Petrobras, uma empresa de capital aberto, tem uma política de reajuste de preços que deve respeitar a paridade internacional.
Foi exatamente o que Castello enfatizou numa reunião do conselho de administração da estatal ocorrida há duas semanas. Ele gastou dez minutos de sua fala para garantir aos conselheiros que a empresa está imune a interferências e que deixaria o cargo se alguém tentasse usá-la para controlar os reajustes.
Estima-se que a política de segurar os preços do combustível no governo Dilma tenha resultado em perdas de R$ 71 bilhões à Petrobras.