O PL projeta crescimento no papel do general Braga Netto no partido, mesmo que o Tribunal Superior Eleitoral o torne inelegível nesta terça-feira (17). De acordo com interlocutores da legenda revelaram a Roseann Kennedy, da coluna Estadão, o ex-ministro da Defesa do governo Bolsonaro se tornou central na coordenação e na articulação da sigla.
Aliados apontam Braga Netto como uma figura complementar ao presidente do PL, Valdemar Costa Neto. Enquanto dirigente é visto como um especialista na ‘ginástica política’, o general da reserva atua fortemente na estruturação dos diretórios partidários, com perfil mais técnico.
Dessa forma, mesmo que não venha a ser o candidato do PL no Rio de Janeiro na eleição municipal de 2024, Braga Netto deverá ser uma peça importante da campanha, ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro. Além do general, também são cotados pelo PL para a prefeitura da capital fluminense os senadores Flávio Bolsonaro e Carlos Portinho, além dos deputados Delegado Ramagem e General Eduardo Pazuello.
Ações em julgamento
São três ações de investigação judicial eleitoral (Aijes) contra a chapa de Bolsonaro na eleição de 2022, que teve Braga Netto como vice, em julgamento nesta terça. Os processos se referem a abuso do poder político e uso indevido dos meios de comunicação.
- Aije 0601212-32: Apresentada pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT), a ação pede a inelegibilidade de Bolsonaro e Braga Netto pela utilização das dependências do Palácio da Alvorada e do Planalto para expor propostas eleitorais, exibir material de campanha e até pedir votos durante a transmissão de lives. A sigla aponta irregularidade, especificamente, na transmissão realizada no dia 21 de setembro de 2022.
- Aije 0600828-69: Também apresentada pelo PDT, que aponta irregularidade na live de 18 de agosto de 2022, quando o então presidente pediu votos para ele e para 17 aliados políticos.
- Aije 0601665-27: Ação proposta pela coligação Brasil da Esperança (PT, PV, PCdoB) e pela Federação PSOL-Rede. Os partidos apontam que Bolsonaro dava entrevistas coletivas nas dependências do Planalto para noticiar seus novos aliados políticos. São citadas, especificamente, entrevistas dos dias 3 e 6 de outubro de 2022. A ação também aponta que o então presidente da República recebeu no Alvorada diversos artistas para fazer propaganda eleitoral.