O senador eleito Sergio Moro (União Brasil) se pronunciou nas redes sociais sobre o pedido de cassação do seu mandato feito pelo Partido Liberal (PL), sigla do presidente Jair Bolsonaro. O ex-juiz disse conforme a coluna Sonar, que “nada teme” e classificou a ação como “tapetão”.
Na publicação, Moro chama o presidente do PL do Paraná, Fernando Giacobo, e o ex-candidato do partido no estado, Paulo Martins — que seria beneficiado pela cassação — de “maus perdedores que resolveram trabalhar para o PT”.
Conforme noticiou a colunista Bela Megale, o partido de Bolsonaro pediu a cassação do mandato de Moro. Segundo a colunista, o objetivo da ação é abrir brecha para se realizar uma nova eleição no Paraná e que Paulo Martins, que ficou em segundo lugar, possa ocupar uma vaga no Senado. Moro foi eleito para senador pelo Paraná com 33% dos votos. Paulo Martins ficou em segundo lugar, com 29%.
Ainda segundo a jornalista, a ação pede a investigação de supostas irregularidades em gastos e doações antecipadas da campanha do ex-juiz e foi pedida ao Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) pelo PL estadual, há poucos dias. O caso corre em segredo de justiça. O ex-ministro da Justiça declarou que não teme as acusações:
Sei da lisura das minhas eleições. Agora impressiona que há pessoas que podem ser tão baixas. O que não conseguem nas urnas, tentam no tapetão — escreveu no Twitter.
Encontro com Bolsonaro
Nesta quarta-feira, o ex-juiz se reuniu com o presidente Jair Bolsonaro, de quem se reaproximou no fim do período eleitoral, após uma série de troca de acusações que o levaram a pedir demissão do cargo de ministro em abril de 2020.
Na época, Moro acusava Bolsonaro de tentar interferir na Polícia Federal (PF). Em março deste ano, o presidente chamou seu ex-ministro de “traíra” e “mentiroso” devido ao episódio.
Segundo Bela Megale, o senador eleito aproveitou o encontro para abordar o pedido do PL. Moro se disse surpreso com a iniciativa e alegou que ela “divide a oposição”. O presidente jogou a culpa no deputado federal Paulo Martins, rival do ex-juiz na corrida eleitoral pela vaga no Senado.