Tripé macroeconômico é uma expressão usada na economia. O termo se refere ao conjunto de políticas que norteiam as decisões da economia de um país.
No Brasil, o tripé macroeconômico é a base das decisões econômicas do país desde 1999, quando foi implantado no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso.
O conjunto de políticas é formado por três medidas: meta de inflação, câmbio flutuante e meta fiscal. Vamos saber mais sobre o significado de cada uma delas:
1. Meta de inflação
A meta de inflação é uma taxa pré-determinada que tem o objetivo de controlar o nível de preços no país para evitar a inflação muito alta.
É definida uma meta considerada ideal e a partir desta, são definidos os valores máximo (teto) e mínimo (piso) que podem ser alcançados pela inflação. O órgão responsável pela definição destes valores é o Conselho Monetário Nacional (CMN).
O Banco Central do Brasil (BC) é o órgão responsável por alcançar essa meta, tendo como principal instrumento para isso a taxa de juros. Com estes parâmetros estabelecidos, o governo pode basear a adoção de políticas econômicas para garantir o controle da inflação no país.
2. Câmbio flutuante
O câmbio flutuante é uma política cambial de oscilação do valor do câmbio, de acordo com a demanda de oferta e procura do mercado, ou seja, é o valor de uma moeda estrangeira em relação ao valor do real. No câmbio flutuante, o valor do câmbio não sofre influências em suas taxas.
Entretanto, em momentos em que o mercado de câmbio se encontra em grande instabilidade, o Banco Central é autorizado a intervir e influenciar nos valores das taxas de câmbio, em uma tentativa de reequilibrar o mercado.
Para atingir esse objetivo, O BC pode comprar e vender moeda estrangeira.
3. Meta fiscal
A meta fiscal é um conceito relacionado à política fiscal adotada pelo governo, ou seja, a forma como são administradas as receitas e os gastos efetuados.
Portanto, a meta fiscal é a meta idealizada pelo governo em relação às receitas e aos gastos relativos a um determinado período. No Brasil, a meta fiscal é estabelecida e verificada anualmente na Lei Orçamentária Anual.
Em um planejamento fiscal bem-sucedido, o valor das receitas deve ser superior ao valor dos gastos, o que é chamado de superávit primário – utilizado para o pagamento de juros da dívida pública do país.
O tripé macroeconômico no Brasil
No Brasil, a política começou a ser adotada no ano de 1999, durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso.
A justificativa para o início do uso do tripé estava relacionada com a busca por estabilidade econômica. Acreditava-se que a adoção destas medidas levaria o país a um momento de equilíbrio e crescimento econômico.
A demonstração de que a economia do país se encontra em processo de crescimento é importante para mostrar aos investidores o engajamento em manter a estabilidade econômica.
Além disso, a decisão foi ligada à política cambial adotada no país até aquele momento. Naquele período, era utilizada um regime cambial chamado fixo – diferente do regime atual de câmbio flutuante.
Neste regime, o câmbio era fixo e buscava-se manter o real próximo ao dólar, o que levava o governo a adotar medidas para garantir a manutenção do valor previamente estabelecido.
Essa política cambial fazia com que as operações fossem muito caras à economia do país. Era necessário, por exemplo, vender dólares para garantir que o valor da moeda se mantivesse estabilizado no Brasil.
Críticas ao tripé macroeconômico
A escolha pelo tripé macroeconômico nunca foi consenso no país.
Na época da adoção, os economistas que apoiavam o pacote de medidas entendiam ser a opção ideal, já que caberia ao governo criar condições para alavancar o crescimento da economia do país.
De outro lado, os economistas que criticavam a adoção das medidas, entendiam que o Estado deve incentivar o crescimento econômico, mas sem fazer intervenções diretas nas políticas econômicas.