Calma, você não é chato, você sofre de misofonia, uma síndrome grave e que pode te levar ao desespero. 12 de novembro é o Dia Nacional de Conscientização da Misofonia e faz parte do Novembro Laranja, mês destinado a antenar sobre o zumbido. Misofonia é a aversão a determinados sons. Uma pessoa com esse problema fica extremamente incomodada e pode ter explosões de raiva com a repetição de determinados sons, como o barulho da mastigação, da respiração, de latidos, da digitação dos teclados, e outros.
A otorrinolaringologista e otoneurologista Rita Guimarães explica que em pessoas com misofonia a parte do cérebro que conecta os sentidos com as emoções, a parte anterior insular do córtex, é altamente ativa e se conecta com outras partes do cérebro de maneira peculiar. “Sons diferentes podem despertar esse desconforto desproporcional, mas alguns dos mais comuns estão relacionados à ingestão de comida, ao barulho de mastigar, ao sorver e chupar, por exemplo”, explica.
O distúrbio parece ter origem em fatores hereditários e a maioria dos casos começa na infância, podendo estabilizar ou piorar com o passar dos anos. O problema deve receber atenção assim que forem detectados os primeiros sinais de irritação a um ou mais tipos de som.
Tratamento
O tratamento da misofonia pode incluir treinamento auditivo e psicoterapia, através da terapia cognitiva-comportamental. Esse método busca a reestruturação cognitiva e a modificação dos pensamentos, emoções e comportamentos relacionados à misofonia de maneira que a qualidade de vida e a interação com os outros não sejam prejudicadas.
Para tratar a misofonia, é importante procurar um médico otorrinolaringologista para receber indicações quanto ao tratamento mais adequado.
Saiba a diferença entre fonofobia e misofonia
A intolerância a alguns ruídos específicos não é sinal de problema auditivo. Na verdade, a fonofobia e a misofonia são transtornos psicológicos que podem até incapacitar um indivíduo.
Ter medo, se assustar exageradamente ou se irritar com pessoas que emitem sons considerados desconfortáveis não são atitudes normais. A doença pode desencadear ataques de raiva, pânico e provocar crises de ansiedade.
O que é misofonia?
O termo “miso” tem origem grega e significa ódio ou aversão, por outro lado, “fonia” quer dizer sons. Portanto, a misofonia está relacionada à intolerância a determinados sons, como uma torneira pingando, os ruídos comuns ao usar o teclado do computador, uma pessoa mascando chiclete, entre outras situações podem causar irritabilidade extrema para quem sofre com a doença.
Também conhecida como síndrome de sensibilidade ao som seletivo, a misofonia é um problema neurológico em que os estímulos sonoros são confundidos no sistema nervoso central. Dessa forma, a pessoa não consegue ignorar os sons irrelevantes, foca na situação desconfortável, causando irritabilidade.
Apesar de as ocorrências envolverem barulhos sutis e corriqueiros, elas geram sérios problemas sociais. Como os ruídos são insuportáveis para quem os ouve, a pessoa pode chegar a agredir o responsável por emiti-lo. Por essa razão, muitas vezes, quem sofre com a condição, evita até mesmo sair de casa.
As reações aos sons desconfortáveis podem variar dependendo do grau da misofonia – leve, moderada ou severa. Veja os principais sintomas do transtorno:
*reação exagerada a ruídos simples;
*desespero para sair de locais incômodos;
*irritabilidade excessiva;
*mau humor;
*ataques de raiva;
*deferir ofensas aos responsáveis pelos sons.
O que é fonofobia?
Esse transtorno é determinado pelo medo ou raiva de ouvir certos sons – casos extremos da misofonia podem ser caracterizados como fonofobia. Nesse cenário, a pessoa pode sofrer com crises de ansiedade, suar e, até mesmo, apresentar taquicardia simplesmente ao ouvir talheres baterem em um prato, por exemplo.
Entretanto, nessa categoria também se encaixa o temor a sons altos como buzinas, alarmes, sirenes, fogos de artifícios e o barulho do trânsito das grandes cidades. Veja alguns indícios da fonofobia:
*ataque de pânico;
*crises de ansiedade;
*aceleração dos batimentos cardíacos;
*sudorese em excesso;
*estresse;
*náuseas;
*tonturas;
*dor física inexplicável;
*desmaios.
Como tratar as doenças?
A irritabilidade também é uma consequência da perda auditiva, mas misofonia e fonofobia não são doenças do trato auditivo. Mesmo assim, o otorrinolaringologista deve ser acionado nesses casos, pois o tratamento pode incluir terapias de habituação sonora e do zumbido.
As fobias são medos criados pela mente de maneira inconsciente. Sendo assim, a irritabilidade aos sons cotidianos são receios irracionais. Por essa razão, a abordagem exige uma equipe multidisciplinar formada por fonoaudiólogos, psiquiatras e psicoterapeutas. Não existe cura para a condição, mas um tratamento adequado pode auxiliar o indivíduo a conviver com a patologia e manter a qualidade de vida.