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Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin e Márcio França (PSB) Divulgação/Reprodução
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sexta-feira 18 de março de 2022 às 07:12h

O que Ciro, Alckmin, Doria e Márcio França têm em comum

NOTÍCIAS, POLÍTICA


Quatro políticos nascidos em São Paulo (um deles criado no Ceará) se envolveram em situações parecidas no começo deste ano. Conforme a revista Veja, Ciro Gomes (PDT), Márcio França (PSB), João Doria (PSDB) e, mais recentemente, Geraldo Alckmin (sem partido, ex-PSDB) se viram no centro de investigações tocadas pelo Ministério Público ou pela Polícia Federal sobre casos relativos ao passado político deles. As acusações vão de desvio de verbas para obras, operação de unidades de pedágio, propina de concessionárias rodoviárias e, no caso mais inusitado, suspeitas acerca de um vídeo íntimo que circulou nas eleições anteriores. Mas uma coisa une os quatro políticos: as respostas. Todos eles afirmam que os casos se tratam de denúncias requentadas, sem comprovação, que vieram à tona neste ano justamente para prejudicá-los nas eleições.

O primeiro dos atingidos foi Ciro. Em dezembro, ele e uma série de aliados, como o irmão Cid, foram alvo da Operação Colosseum, da PF, que apurou desvios em obras na Arena Castelão, estádio construído no Ceará para abrigar os jogos da Copa do Mundo de 2014. A suspeita era que a construtora responsável pelo estádio repassou 11 milhões de reais para o grupo do ex-governador. Ciro conseguiu, em fevereiro, anular as provas colhidas na operação de busca e apreensão da qual foi alvo. Mas, no dia da operação, Ciro disse que a operação era abusiva e que a PF estava sendo usada politicamente pelo rival Jair Bolsonaro. “Não tenho dúvida de que esta ação tão tardia e despropositada tem o objetivo claro de tentar criar danos à minha pré-candidatura à Presidência da República”, afirmou, na ocasião.

Logo após o Réveillon, foi a vez de Márcio França. O ex-governador paulista que tenta se viabilizar candidato neste ano foi citado entre os suspeitos investigados na segunda fase da Operação Raio-X, tocada pela Polícia Civil e pelo MP paulista, que desde 2020 já condenou mais de dez pessoas por um sofisticado esquema montado para desviar recursos que deveriam ir para a compra de medicamentos e materiais médicos em hospitais de todo o estado. O irmão de França também é investigado. O antigo aliado dos tucanos, cujo partido atualmente negocia apoio ao PT, também relacionou sua suposta relação com o caso ao fato de que é candidato adversário do governo. “É “lamentável que se comece uma eleição para o governo de São Paulo com cenas de abuso de poder político”, afirmou na ocasião.

No caso de João Doria, a ação policial não o acusa diretamente de ligação com desvios. Sua queixa com relação à PF foi o vazamento de um laudo, neste ano, referente ao vídeo em que supostamente o governador aparece em um quarto com seis mulheres nuas, que circulou às vésperas das eleições de 2018 (que ele venceu). Na época, Doria prestou uma queixa diante do surgimento do vídeo — o qual ele afirma categoricamente ser falso. Mas só agora, em março de 2022, quando o assunto estava “esquecido”, segundo aliados, a PF apresentou o laudo final do vídeo, dizendo que não havia nenhuma adulteração nas imagens. “É revoltante que a Polícia Federal não tenha investigado os autores do crime em 2018. Agora, quatro anos depois do episódio, utiliza essa fake news não para elucidar o caso, mas para atingir a vítima desta armação sórdida”, declarou o governador.

Por fim, o caso mais recente é de Geraldo Alckmin, que apareceu em uma delação feita no ano passado pela concessionária Ecovias sobre ação de um cartel no governo paulista desde o fim da década de 1990. Parte do conteúdo da delação, que acusa o ex-governador paulista de ter recebido 3 milhões de reais, em caixa 2, para as campanhas de 2010 e 2014. As informações começaram a se tornar públicas apenas nesta semana, quando o acordo de não persecução da Ecovias foi homologado pelo Ministério Público. Mas, conforme informou o Valor Econômico, o caso já até havia sido arquivado na esfera da Justiça Eleitoral. Mesmo assim, Alckmin usou o mesmo argumento dos demais colegas políticos: “Lamento que, depois de tantos anos, mas em novo ano eleitoral, o noticiário seja ocupado por versões irresponsáveis e acusações injustas”, afirmou o governador, em nota assinada nas redes sociais.

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