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Jair Bolsonaro Foto: EFE/ Isaac Fontana
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quarta-feira 12 de fevereiro de 2025 às 19:57h

O que Bolsonaro e aliados pensam sobre união da direita na eleição de 2026

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Aliados de Jair Bolsonaro (PL) e do dirigente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, apostam que a divisão do eleitorado entre diferentes presidenciáveis de direita apontada pela última pesquisa Genial/Quaest para a Presidência da República, divulgada no último dia 3, não se concretizará em 2026 e eles estarão unidos nas eleições.

Na cúpula da legenda a expectativa é que, caso Bolsonaro não consiga reverter a inelegibilidade ou seja condenado e preso pelos inquéritos que responde na Justiça, o ex-presidente indicará um de seus filhos para representá-lo nas urnas. Nesse caso, o peso político do sobrenome da família, por si só, pressionaria outros pré-candidatos da direita a desistir da empreitada.

Diversas lideranças disputam o espólio bolsonarista e querem se candidatar à Presidência contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), o ex-coach Pablo Marçal (PRTB) e o cantor sertanejo Gusttavo Lima (sem partido) já admitiram essa intenção. Mas outras figuras da direita, como os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Romeu Zema (Novo-MG) e Ratinho Júnior (PSD-PR) também são cogitados.

A pesquisa Genial/Quaest aponta que Lula lidera em todos os cenários testados com um desempenho que varia de 28% a 33%, a depender dos adversários testados. Lula também venceria os demais candidatos em diferentes cenários de segundo turno.

O levantamento não incluiu Bolsonaro por ele estar inelegível até 2030 em função de duas condenações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Na projeção com mais candidatos, Lula tem 30%, seguido de Tarcísio (13%), Gusttavo Lima (12%), Marçal (11%), Ciro Gomes (PDT), com 9%, Zema (3%) e Caiado (3%).

A quantidade de candidatos da direita incluídos na pesquisa é alvo de críticas no entorno de Bolsonaro.

“Não haverá quatro candidaturas da direita em 2026. Isso é inviável”, cravou um aliado do ex-presidente e de Valdemar em conversa com a equipe do blog. “Uma pesquisa que não incluiu Jair Bolsonaro e nem Flávio ou Michelle? E mais: do jeito que o pêndulo político global está tendendo para a direita, é muito mais fácil a esquerda se fragmentar”.

O levantamento da Genial/Quaest, porém, sondou o desempenho de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) – o único do clã que admitiu publicamente a possibilidade de concorrer à presidência como um “plano B” caso Jair se mantenha fora do páreo eleitoral.

No cenário com o filho 03 e sem Tarcísio de Freitas, Lula lidera com 28% dos votos, seguido por Gusttavo Lima e Marçal, com 12% cada. Já Eduardo teve 11%, acompanhado de Ciro Gomes (10%), Zema (5%) e Caiado (3%). O deputado do PL por São Paulo, aliás, aparece com o segundo maior índice de rejeição na pesquisa (55%), atrás apenas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), com 56%.

Dinastia

Embora o PL insista que Bolsonaro reverterá a inelegibilidade e será o candidato da direita ao Palácio do Planalto em 2026, lideranças da legenda têm ouvido do próprio ex-presidente que ele fará questão de comandar a passagem de bastão e não abrirá mão de indicar um candidato com seu sobrenome, como os filhos Eduardo e Flávio (PL-RJ), ou até mesmo a sua esposa, Michelle.

Nesse cenário, a cúpula do partido já considera favas contadas que nenhum dos pretendentes da direita sustentaria até o fim uma candidatura contra um dos Bolsonaro – mesmo aqueles que têm sido irredutíveis sobre a intenção de disputar o Planalto, como Ronaldo Caiado, que não pode disputar a reeleição em Goiás e terá 76 anos no próximo pleito.

A avaliação é de que o argumento de que a direita precisa estar unida para derrotar Lula deve prevalecer.

Mas a definição do xadrez eleitoral, admitem lideranças do PL, depende do desfecho das investigações que correm no Supremo Tribunal Federal (STF) contra Jair Bolsonaro. O ex-presidente deve ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ainda neste mês no âmbito dos inquéritos da trama golpista, das joias sauditas e da falsificação no seu cartão de vacinação.

Como publicamos no blog na última sexta-feira (7), aliados de Bolsonaro com bom trânsito no meio jurídico já esperam que o Supremo agilize a tramitação do caso após a denúncia da PGR e condene o ex-presidente até dezembro deste ano – o que evitaria que o processo fosse concluído às vésperas das eleições gerais de 2026.

O tom da denúncia da Procuradoria-Geral da República também pode enterrar as expectativas do PL de viabilizar um projeto de anistia para os golpistas do 8 de janeiro que, em última instância, visa trazer Bolsonaro de volta ao jogo em 2026, bem como o projeto de revisão da Lei da Ficha Limpa que reduz a inelegibilidade de oito para dois anos, que conta com a simpatia de alas do partido.

O entorno de Bolsonaro e Valdemar, por ora, adota a narrativa de que uma eventual responsabilização do ex-presidente pelos crimes imputados a ele pelas investigações da Polícia Federal servirá de ativo eleitoral para o PL.

A estratégia de se amarrar à candidatura de um Bolsonaro inelegível – que repete a de Lula e do PT em 2018, como já publicamos no blog – ajuda tanto o ex-presidente quanto seu partido a ganhar tempo. Mas, para além de sua situação jurídica, diversos outros fatores influenciarão a composição do pelotão de presidenciáveis até outubro de 2026 – incluindo a própria decisão de Lula sobre concorrer ou não a um inédito quarto mandato.

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