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A eleição de 2018 tinha uma expectativa de que novos quadros revolucionassem a política nacional. No inconsciente coletivo, ingênuo diga-se de passagem, muitos cidadãos apontavam para o futuro recheado de salvadores da pátria com soluções mágicas para todos os problemas cultivados por mais de 500 anos de história do Brasil. Não aconteceu, não era possível, não existem milagres.
Não se trata de apontar as fragilidades dos políticos. Mesmo os poucos mais bem intencionados falharam. E o motivo é um só: todos mentiram. Nenhum político razoavelmente preparado pode prometer soluções encantadas num sistema político viciado e controlado por partidos tão resistentes a mudanças. Tudo dentro da mais pura legalidade institucional. O Brasil não é para amadores e a nossa política é complexa. Ideias mirabolantes e grupos restritos precisam pactuar com o sistema. Não é fácil. De tanto ceder os resultados das propostas originais avançam muito pouco.
Também existem – e são maioria – os jovens protagonistas da política que pegam carona nas modas temáticas. Encampam propostas conforme a conveniência e publicidade da época e não têm consistência para propor nada de novo. Na selva das casas legislativas eles não prosperam. São legisladores com mandatos, mas sem qualquer poder de fato. Nada, absolutamente nada produzem. Pior, eles se esquecem de fiscalizar o líderes executivos, papel importante para vereadores, deputados e senadores.
Passado três anos, é possível afirmar sem medo de errar que o País deu passos para trás em todos os sentidos. Estamos muito mais frágeis e mais pobres. A disputa das narrativas é cada vez menos esperançosa e mais reativa. Resistir ao estrago causado nos últimos anos é o principal norte e se superarmos isso já teremos avançado muito.
