Desde que chegou ao comando do Senado — eleito inclusive com o apoio de Jair Bolsonaro –, o mineiro Rodrigo Pacheco (DEM) busca equilibrar de acordo com a coluna Radar, a relação com o Planalto nas agendas de combate à pandemia e de reforma econômica.
Litúrgico no cargo, Pacheco não se deixou levar pelo clima de churrasco que reina no gabinete de Bolsonaro, mas evita sempre que pode caminhar para a oposição aberta aos projetos do presidente.
Essa posição “mineira” de evitar confronto — um dos esportes preferidos de Bolsonaro, diga-se — está com os dias contados. Pacheco pode levar ao plenário do Senado, nesta quinta, os decretos de armas assinados pelo presidente. Trata-se da pauta ideológica mais cara ao bolsonarismo radical.
Parte importante do Senado quer derrubar os decretos bolsonaristas para mostrar que a Casa mudou de comando, mas não mudou de valores. Pacheco caminha com essa corrente de senadores. Bolsonaro pode tê-lo como parceiro na agenda econômica e na luta contra a pandemia, mas não na corrida armamentista. A lua de mel com o Planalto, como se vê, está no fim.