Jair Bolsonaro é imprevisível e dado a rompantes, mas deu sinais nos últimos dias que a frase dita por ele no sábado sobre as novas demissões no governo (“Mudança comigo não é de bagrinho; é de tubarão”) aponta numa direção conforme a coluna de Lauro Jardim no O Globo: André Brandão, o presidente do Banco do Brasil.
No fim de janeiro, Bolsonaro, que segundo os relatos nunca se encantou por Brandão, já demonstrara publicamente sua insatisfação quando foi anunciado um PDV e o fechamento de centenas de agências do banco. Como costuma acontecer com Bolsonaro, a tentativa de botar panos quentes promovida por alguns de seus auxiliares não surtiu efeito de longo prazo.
Bolsonaro fará com Brandão o que fez com Roberto Castello Branco, cujo mandato na Petrobras expiraria em março e não será renovado.
Bolsonaro já deixou claro a pessoas da equipe econômica que aproveitará este momento para indicar outro presidente para o BB.
E, no caso do Banco do Brasil, com uma vantagem: o presidente da República nomeia o comandante do banco por decreto, nem precisa passar pelo conselho de administração, como acontece na Petrobras.
Pode ser que com esse segundo movimento, a avenida Faria Lima acorde.