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segunda-feira 31 de janeiro de 2022 às 06:43h

“O PP é a solução dos problemas”, diz Cacá Leão

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Segundo entrevista do deputado federal Cacá Leão, que rebateu as críticas que o PP vem recebendo por pressionar o PT com a pré-candidatura do vice-governador João Leão (PP), onde um dos principais petistas insatisfeitos seria o vereador Suíca (PT), que recentemente acusou o deputado de ser apoiador do presidente Jair Bolsonaro e a legenda de ser o “grande problema” nas articulações da pré-campanha do senador Jaques Wagner (PT) ao Governo da Bahia. “Na verdade, acho que o PP não é o problema. O PP é a solução dos problemas, como sempre foi. Eu desconsidero essa colocação do vereador Suíca, até porque nem lembrava que ele era vereador de Salvador. Acho que ele tem que trabalhar mais, porque eu nem lembrava que ele era vereador de Salvador, entendeu? O PP nunca foi e nunca será o problema”, rebateu o parlamentar, que é filho do vice-governador, em entrevista ao jornal Tribuna.

Confira abaixo:

Tribuna – Na sua avaliação, 2021 foi um ano um pouco melhor do que em 2020? O país conseguiu recuperar o que foi perdido no ano anterior?

Cacá Leão – Eu acho que foi um ano melhor, foi um ano que a gente conseguiu superar no campo da pandemia. Foi um ano em que começamos a voltar. Os resultados de 2021 foram melhores do que os do ano de 2020. A gente conseguiu vacinar a população. A gente mesmo, com toda a dificuldade, conseguiu ser um ano melhor. O país já estava mais estruturado para enfrentar a pandemia do que estava em 2020. Considero que 2021 foi um ano melhor que 2020.

Tribuna –  O surgimento dessas variantes da Covid e a influenza causam incerteza para esse ano?

Cacá Leão – Olha, realmente tem pego algumas pessoas de surpresa. Ninguém esperava passar por isso novamente, mas está nos dando a certeza de que as vacinas funcionam. A gente tem o efeito da vacina. Eu mesmo tive Covid pela primeira vez agora no mês de janeiro eu fui praticamente assintomático. E vendo isso, ter tomado a vacina, já tinha tomado a dose de reforço da vacina. Então eu acho que o caminho da solução que o problema passa pela vacinação. Quem está com imunização completa, não está tendo problemas com o Covid. Então, acho que isso serve de alerta e de incentivo para que todas as pessoas se vacinem e concluam o seu ciclo vacinal.

Tribuna – A tensão causada na sociedade por conta da inflação, dos preços dos combustíveis,  pode de alguma forma influenciar nas eleições presidenciais e talvez até prejudicar a tentativa do presidente de se reeleger?

Cacá Leão  – Acho que o presidente errou muito nesse processo. Acho que a forma de condução dele para a pandemia… apesar de o Brasil ser um dos países que mais se vacinaram,  acho que o presidente errou em não se vacinar, acho que o presidente errou nessa questão do negacionismo contra a vacina – que para mim, ela funciona assim de verdade. E acho que houve um erro grave dele na condução da questão da pandemia e acho que ele pode sofrer o reflexo disso na eleição. Agora volto pra dizer, apesar de tudo isso, o Brasil hoje é um dos países que mais vacina. Não falta vacina para quem quer se vacinar. Agora, acho que deveria ter pelo Governo Federal um incentivo maior à vacinação da população.

Tribuna – O senhor acha que a gente vai caminhar para um cenário de polarização nas eleições presidenciais?

Cacá Leão – Acredito. Acredito que isso já está acontecendo. Não vejo hoje nenhum tipo de viabilidade para uma terceira via. O presidente tem os apaixonados e o ex-presidente Lula tem se consolidado hoje como uma frente importante nas pesquisas das eleições. Ele tem conseguido fazer um diálogo com a população, apontando os erros do Governo Federal, e se consolidando como uma liderança hoje isolada nas pesquisas. E acredito que a gente vai ter um segundo turno entre Lula e Bolsonaro.

Tribuna – Quais são os planos do PP para a eleição de deputados, estaduais e federais, até o momento?

Cacá Leão – Olha, a gente tem caminhado aí para ter uma eleição com formato diferente. Uma eleição com o fim das coligações. Os partidos precisam se estruturar com candidaturas próprias e é o que a gente tem feito – dialogado com as nossas lideranças. Nós temos quatro deputados federais, dez deputados estaduais. Estamos discutindo com os nossos candidatos, com os nossos prefeitos, com os vereadores que se elegeram e com as outras pessoas que também perderam as eleições aqui na na Bahia para gente montar um time forte para ir para eleição agora em 2022. A gente tem que dialogar com essas lideranças e eu tenho certeza que vamos chegar muito fortes na eleição.

Tribuna – Em relação ao executivo, a posição do PP continua a ser, no momento, de lançar a candidatura do vice-governador João Leão ao governo do Estado?

Cacá Leão – Com certeza. Esse é o nosso objetivo, a gente tá trabalhando essa construção dentro da base, temos dialogado com o senador Jaques Wagner, com o governador Rui Costa, colocando esses desejos. Temos o desejo de ter João Leão como candidato a governador do nosso grupo. Durante oito anos temos esse desejo. Agora ninguém faz nada sozinho, sabe? Por isso que essa candidatura tem sido dialogada e construída internamente. Termos conversado bastante com os atores do processo.

Tribuna – O vereador Suíca fez recentemente uma associação do senhor a Bolsonaro e disse que o PP era o problema na construção da chapa. Por que ele disse isso? O senhor responderia na para ele nesse momento?

Cacá Leão – Na verdade, acho que o PP não é o problema. O PP é a solução dos problemas, como sempre foi. Eu desconsidero essa colocação do vereador Suíca, até porque nem lembrava que ele era vereador de Salvador. Acho que ele tem que trabalhar mais, porque eu nem lembrava que ele era vereador de Salvador, entendeu? O PP nunca foi e nunca será o problema. A nossa relação política e pessoal com o senador Jaques Wagner, com o governador Rui Costa e com o senador Otto Alencar sempre foi de diálogo, de construção, de parceria e de amizades. Vivemos juntos quase 16 anos de governo e temos essa credibilidade. E o posicionamento em Brasília sempre foi em benefício para ajudar a Bahia e os baianos. Sou hoje o deputado federal que mais trouxe recursos para Bahia ao longo desses sete anos de mandato.

Tribuna – O ex-prefeito ACM Neto chamou o Partido Progressista , o senhor ou o vice-governador João Leão para conversar em algum momento sobre as eleições?
Cacá Leão
 – Nunca conversamos sobre política e sobre eleições. Até porque, o ex-prefeito ACM Neto, que é pré-candidato a governador, sabe da nossa posição e do nosso posicionamento dentro do grupo político capitaneado pelo governador Rui Costa, pelo vice-governador João Leão e pelos senadores Otto Alencar e Angelo Coronel. A gente nunca teve nenhum tipo de diálogo sobre política. Até porque, para que isso venha acontecer, a gente precisa exaurir o diálogo dentro da nossa base e isso não tem acontecido. A gente tem dialogado, conversado e tem procurado construir esse processo internamente.

Tribuna – O senador Jaques Wagner reafirmou e disse acreditar que a base, PP e PSD, vai continuar unida nas próximas eleições. O senhor acredita que essa união vai se manter e as chances são grandes de isso acontecer?

Cacá Leão – Acredito que a gente tem todas as possibilidades e vontade de todos os atores do processo de permanecermos unidos.

Tribuna  – Como é que o senhor avalia possível a aliança Lula e Alckmin? Na sua avaliação, esse possível diálogo é importante nesse momento de polarização entre esquerda e direita? Alckmin é um candidato de centro e sempre foi mais associado à direita…

Cacá Leão – Acho que foi um acerto do ex-presidente Lula quando traz um cara que já foi candidato a Presidente da República, foi Governador de São Paulo. Ele traz o centro e o equilíbrio para dentro da sua campanha. Vejo com bons olhos a indicação do Geraldo Alckmin para vice na chapa do ex-presidente Lula.

Tribuna –  Recentemente, o ex-presidente Lula deu algumas declarações sobre alguns projetos, como da Reforma Trabalhista, no sentido de rever alguns pontos. O senhor acha que essas reformas feitas  nos anos de Michel Temer e também de Bolsonaro precisam sofrer algum ajuste?

Cacá Leão – Olha, acho que tudo na vida passa por uma transformação e passa por uma discussão. Particularmente votei a favor da reforma trabalhista, acho que ela trouxe um avanço para geração de emprego e renda no Brasil. Acho que se a gente não tivesse tido a reforma trabalhista, acho que a nossa taxa de desemprego seria muito maior, mas acho que ela pode ser revista, pode ser discutida, pode ser colocada. Não revogada. Revogar sou completamente contrário. Mas rediscutir, acho que a gente tem que tá sempre aberto a discutir. Como também acho que a fala do ex-presidente Lula na questão da regulação da mídia não foi feliz.

Tribuna – Qual a sua opinião sobre a versão final do orçamento sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro? Teve algumas reduções no Ministério do Trabalho, Educação e em outros ministérios também. O senhor acha que foi uma versão ideal?

Cacá Leão – É muito difícil produzir o orçamento com escassez de recursos. Gostaríamos de ver todas as áreas sendo ampliadas. Foram colocadas as prioridades e acho que a gente vai ter que tocar esse ano com o orçamento que foi aprovado, que foi o orçamento possível de ser feito.

Tribuna – O senhor acredita que, para 2022, a gente vai conseguir controlar a inflação e controlar um pouco esse descontrole que a gente viu em 2021 em relação à economia?

Cacá Leão – Eu espero que sim. Está sendo discutida uma proposta de emenda à constituição sobre a questão dos combustíveis, que é o grande responsável pela inflação e pelo aumento de preços. O governo precisa mudar a sua política de preços da Petrobras. É preciso interferir para que a gente consiga conter a inflação e consiga  melhorar a vida do cidadão, melhorar a vida do povo. Fazer com que o alimento, a comida chegue mais barata na mesa do cidadão brasileiro.

Tribuna – Osenhor acha que os governos, tanto estadual, quanto federal, foram céleres e eficientes em relação a essas tragédias que aconteceram no sul da Bahia por conta da chuva?

Cacá Leão – É difícil a gente falar. A emergência e a tragédia que aconteceu, não só do sul da Bahia, mas praticamente em todo o estado. Acho que o governador fez a sua parte, como também o Governo Federal na figura do ministro Roma – que tem trabalhado nessa questão aqui do estado. Os dois estão tentando cumprir o seu papel.  Agora isso não dá pra gente resolver do dia todo, mas acho que tanto o Governo Federal, quanto o Governo Estadual, estão tentando fazer a sua parte dentro desse processo.

Tribuna – Por falar nisso, considerando esse cenário atual, o senhor acha que o ministro João Roma vai se lançar como candidato e conseguir ganhar corpo? Ou essa polarização nacional vai se repetir na Bahia?

Cacá Leão – Olha, o ministro é uma figura muito afável, é um político de diálogo, é um amigo que eu tenho na política. E está tentando construir seu espaço, o seu caminho e o seu tamanho na política da Bahia. Eu acho que isso é louvável para a população, quanto mais opções para poder fazer a sua escolha, melhor.

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