Integrantes do governo Lula e aliados do presidente avaliam segundo Bela Megale, colunista do O Globo, que hoje não há elemento que justifiquem uma prisão de Jair Bolsonaro. O caso das joias de diamantes da Arábia Saudita é visto como um foco de desgaste, mas sem potencial de justificar medidas para colocar o ex-presidente atrás das grades.
Há a avaliação é que o personagem que pode mudar esse cenário é o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, preso há três meses por suspeita de omissão e conivência com atos golpistas em Brasília, no dia 8 de janeiro.
Para integrantes do governo, a prisão de Bolsonaro teria fundamentos concretos se Torres trouxesse à tona elementos que vinculassem o ex-presidente diretamente aos atos terroristas contra os prédios dos três poderes ou a um plano golpista.
O ex-ministro da Justiça é investigado tanto pela minuta encontrada em sua casa com um decreto redigido para instaurar estado de defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e mudar o resultado das eleições, quanto pelo bloqueios de vias feitos pela Polícia Rodoviária Federal no segundo turno.
É consenso entre membros do governo Lula que Bolsonaro deve ter todas as garantias do processo legal asseguradas e ter o direito de se defender em todas investigações. Além disso, parte significativa dos aliados de Lula avaliam que uma prisão de Bolsonaro pode ser um erro e complicar ainda mais o cenário nacional do país, que já está polarizado.