Não foi só sobre o foro privilegiado de Flávio Bolsonaro que o procurador-geral da República, Augusto Aras, e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes falaram na última reunião que tiveram pessoalmente, há dez dias. Os dois também discutiram os processos contra o ex-coordenador da Lava-Jato de Curitiba, Deltan Dallagnol.
Tanto Aras quanto Gilmar Mendes são conhecidos críticos do procurador e da atuação da Lava-Jato de Curitiba.
Segundo a coluna de Bela Megale, na semana seguinte à conversa com Aras, Gilmar liberou o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) a retomar o julgamento de dois processos disciplinares contra Deltan. As ações haviam sido travadas pelo decano Celso de Mello. Gilmar atendeu a um pedido da Advocacia-Geral da União, que alertava para o risco de prescrição desses processos antes de serem avaliados. Os casos, que estão relacionados à manifestações do procurador nas redes sociais, devem ser julgados na próxima sessão do Conselho do MP, na terça-feira (8).
O aval para a retomada dos processos mostrou que mesmo com a saída de Deltan da Lava-Jato, anunciada por ele na semana passada, o procurador não terá vida fácil.