A seis dias da eleição, a campanha de Bolsonaro ainda não definiu a agenda do presidente no próximo domingo, 2 de outubro. A tendência, no entanto segundo a colunista Bela Megale, é que ele vote no Rio de Janeiro e retorne a Brasília para acompanhar a apuração dos votos. Isso porque há receio de que o desempenho de Bolsonaro seja “aquém do esperado”, ou seja, que ele seja derrotado no primeiro turno ou fiquei muito atrás do petista.
A avaliação é que, se estiver no Palácio do Alvorada, o presidente pode mais “poupado” em um cenário de resultado abaixo do projetado por seus aliados. Mesmo com Lula líder nas pesquisas, a campanha presidencial acredita que haverá segundo turno e que a diferença para o petista será inferior a dez pontos percentuais. O último Datafolha mostra Lula com 47% das intenções de voto e o presidente com 33%.
Uma parte da equipe defende, no entanto, que Bolsonaro acompanhe a apuração do resultado no Rio de Janeiro. Para isso, seria necessário montar uma estrutura na cidade, inclusive com mobilização popular. O maior receio é que o desempenho do presidente seja frustrante e o palco se transforme em motivo de constrangimento.
Por isso, a opção que deve a prevalecer é a considerada mais segura pela campanha. Ou seja que Bolsonaro vote no Rio, realize alguma agenda curta na cidade e retorne para Brasília para acompanhar a apuração.
Na reta final da campanha, o clima entre os seus integrantes é de desânimo. O discurso que impera é que o cenário está “muito difícil” e que o “sistema está todo com Lula”. Além disso, a ala política voltou a entrar na mira dos ideológicos, que os acusam de estarem “abandonando o barco”.
“Acompanho e digo tranquilamente, o presidente amadurece e desenvolve linhas consigo mesmo e ouvindo poucas pessoas de confiança. Quem quer aparecer muito em momentos cruciais são os que MENOS ajudam, a não ser a si mesmos, e se colocam como os tais com outros interesses”, escreveu Carlos Bolsonaro no seu Twitter, quando o pai participava do debate do SBT, no último sábado, cercado de coordenadores de sua campanha.
O ministro chefe da Casa Civil e integrante da equipe, Ciro Nogueira, se viu obrigado a cancelar suas férias, na semana passada, um dia depois de anunciá-las. O foco do ministro era cuidar de seus aliados políticos no seu estado, o Piauí. O movimento foi interpretado como um gesto de distanciamento de Bolsonaro.
O candidato ao governo do Piauí apoiado por Nogueira é Sílvio Mendes (União Brasil), favorito na disputa, mas que evita se associar ao presidente. A deputada federal Iracema Portella (PP), ex-mulher de Ciro, é candidata a vice-governadora de Mendes. Quem esteve com Nogueira no fim de semana passado, em Teresina, descreu seu semblante como de “desalento”.