O projeto de concessões das primeiras hidrovias no país tem enfrentado uma barreira inesperada: a desinformação. A consulta pública para a concessão da hidrovia do Rio Paraguai foi aberta no dia 19 de dezembro, mas o Ministério de Portos e Aeroportos teve que esclarecer que o projeto estava restrito ao chamado Tramo Sul, nos 600 quilômetros entre Corumbá (MS) e a Foz do Rio Apa, em Porto Murtinho (MS). Grupos ambientalistas estavam contra a proposta porque acreditavam segundo Pedro Gil, da Veja, que a concessão atingiria também o Tramo Norte (entre Cáceres e Corumbá).
Já no caso da concessão da hidrovia do Rio Madeira, que percorre mil quilômetros nos estados de Rondônia e Amazonas, a desinformação tem relação com a novidade. Como o rio é muito utilizado por pescadores e pelos ribeirinhos para locomoção, o temor seria por um possível aumento no custo do transporte na área a ser concedida. O Ministério já esclareceu que não haverá cobrança de pedágio para pequenas embarcações de carga nem de passageiros, somente para transporte de grandes volumes de carga.
A consulta pública para concessão da hidrovia do Rio Paraguai receberá contribuições por 30 dias. As sugestões serão avaliadas pelo Ministério de Portos e Aeroportos e a proposta final deverá seguir para análise do Tribunal de Contas da União. A previsão é que o leilão ocorra ainda no primeiro semestre de 2025, prevendo investimentos de 63,8 milhões de reais ao longo de 15 anos de contrato.