Derrotada em outubro na Câmara, a PEC do Ministério Público pode ganhar segundo a revista Veja mais alguns respiros nas próximas semanas.
A confirmação das ambições políticas de Sérgio Moro e Deltan Dallagnol tem ressuscitado a disposição de parlamentares que defendem a necessidade de limitar-se possíveis corporativismos e acabar com a chamada impunidade no Conselho Nacional do Ministério Público.
O texto do deputado baiano Paulo Magalhães (PSD) que é o relator foi rejeitado com onze votos a menos do que o necessário e agora o que poderá ser resgatado no Plenário é a proposta original, do deputado Paulo Teixeira (PT-SP) — com menos concessões do que o substitutivo derrubado do relator.
“O anúncio de ambos, que combinaram até o dia da candidatura, fecha o quadro de que [a Lava Jato] foi uma operação política. Antes mesmo disso já havia o ânimo de votar. Agora, consolida. Principalmente o fato de que ele cometeu uma série de abusos e nunca foi punido. Isso demonstra a necessidade da PEC”, diz o petista.
Embora reconheça que um consenso em torno do texto não será fácil — com ainda uma PEC de Precatórios no caminho –, o deputado citou o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL): “O jogo só termina no final”.
Ao Radar, parlamentares da base aliada do governo — apesar de menos otimistas –, avaliam que há a possibilidade de que o texto vá a Plenário na próxima semana, tão logo seja resolvida a votação sobre as dívidas judiciais da União — vai depender da articulação de Arthur Lira nos bastidores.