Ninguém discute o desgaste político da grei bolsonarista após os atos de vandalismo registrados em Brasília no último dia 8 de janeiro, mas indiretamente segundo a revista Veja, pelo menos um parlamentar pode acabar alvejado politicamente pela virulência dos ataques às sedes dos três poderes. É que o atual presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG) conta que os congressistas vinculem o episódio ao senador eleito Rogério Marinho (PL), seu concorrente na disputa pela Presidência da Casa Legislativa.
Ex-ministro de Jair Bolsonaro, Marinho é crítico do que considera abusos do Poder Judiciário, pauta que dia sim, outro também o ex-presidente usava como mantra em sua cruzada contra o Supremo Tribunal Federal (STF). Embora moderado diante de outros bolsonaristas de proa, como os também senadores eleitos Damares Alves (Republicanos), Magno Malta (PL) e Hamilton Mourão (Republicanos), o candidato de Bolsonaro ao comando do Senado defende que o Senado combate supostos abusos do STF e reconquiste seu protagonismo, ainda que isso signifique levar adiante pedidos de impeachment contra ministros do Supremo e, em especial, contra o algoz do ex-presidente, Alexandre de Moraes.
Por óbvio Rogério Marinho não endossa os atos de depredação no Congresso, no Palácio do Planalto e no STF, mas a destruição provocada no dia 8 de janeiro criou o temor de que a Casa onde tramitam os processos de impedimento de juízes da Suprema Corte seja comandada por um nome ligado ao bolsonarismo, mantendo potencialmente acesa a postura de confronto entre as instituições.