As megatendências, particularmente segundo o Estadão, no mercado financeiro, apontam na direção de termos os serviços financeiros cada vez mais baratos e acessíveis devido à larga utilização de inteligência artificial e big data.
Essa tendência levará o aconselhamento financeiro a ser personalizado e automatizado aos clientes com base em algoritmos feitos por robôs consultores, que se tornaram muito populares nos últimos anos.
Essa popularidade ocorre porque os robôs oferecem consultoria financeira de baixo custo, atendendo às necessidades de muitos investidores, obviamente com capacidade de análise e velocidade maiores do que as dos consultores humanos.
Falar de um robô consultor pode impressionar as pessoas por envolver tecnologia, mas na verdade é algo mais simples do que pode parecer. Trata-se de um programa que utiliza algoritmos para selecionar automaticamente investimentos aos interessados.
Segundo a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), os robôs de investimentos traçam o perfil e podem gerir o patrimônio do investidor, recomendar uma carteira de ativos ou o momento de entrar ou sair de determinada posição e até operacionalizar o envio e cancelamento de ordens a sistemas de mercados organizados.
Esses serviços são divididos em duas amplas categorias: robo advisor (que pode ser dividida em robôs de gestão e robôs consultores) e robo trader (ou robôs de ordens). O robô consultor apenas sugere uma carteira de ativos e o investidor fica responsável pela compra e venda dos ativos. O robô gestor, além de recomendar uma carteira, também realiza investimentos automaticamente.
Por seu lado, o robô de ordens automatiza estratégias de investimentos em mercados organizados que buscam identificar oportunidades de ganhos com a flutuação de preço de ativos negociados. Começar com um consultor robótico usualmente é simples e parte da configuração de uma conta online.
Os consultores robóticos são muito mais baratos do que o aconselhamento financeiro presencial tradicional. No mercado brasileiro esses serviços cobram taxas que variam de 0,2% a 0,7% dos ativos. No mercado internacional, as taxas mais comuns variam de 0,25% a 0,5%.
Os algoritmos são baseados em itens como: quanto risco se está disposto a assumir, nível de retorno desejado e quando o dinheiro será necessário. A CVM também nos dá dicas de quais cuidados devem ser observados. Um primeiro cuidado é verificar se o prestador de serviço é registrado na entidade.
Ficar atento a expressões que indiquem ou sugiram “renda certa”, “rentabilidade fixa” ou “garantida”, ou à exposição de porcentuais fixos de ganho quaisquer com operações ou ativos indicados, que podem ser sinais de fraude.
A despeito dos robôs obedecerem ordens de forma objetiva e eliminarem vieses comportamentais, não há estudos que indiquem que, para pessoas físicas, tais robôs tragam maior lucratividade.