O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) gostaria de resolver a sucessão no comando da Procuradoria-Geral da República (PGR) com o mesmo critério que usou para indicar Cristiano Zanin ao Supremo Tribunal Federal (STF): um nome seu, de critério pessoal e sua extrema confiança.
Ainda não existe, no entanto, um nome na PGR que corresponda integralmente a esse recorte. O contexto enfraquece ainda mais os defensores da recondução de Augusto Aras, mas dá força aos apoiadores do nome de Paulo Gonet – os ministros do STF Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes.
O apoio do STF é fundamental para Lula. Por isso, o nome de Aras, que chegou a ser defendido publicamente por aliados de Lula, não prospera. O atual chefe da PGR representaria uma “ruptura da ponte institucional” em razão da blindagem adotada em relação a Jair Bolsonaro.
Gonet, atual vice-procurador-geral eleitoral, segue como favorito.
Mas uma dúvida persiste: essa escolha significaria “empoderar” demais os apoiadores no STF em detrimento de uma indicação com a “digital” de Lula?
O mandato de Augusto Aras à frente da PGR termina em setembro, e pode haver uma solução temporária até que Lula tome a decisão final. O presidente ainda reflete sobre o tema e não bateu o martelo.
A ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou nesta quarta-feira (26) que uma eventual recondução de Augusto Aras ao cargo de procurador-geral da República seria “decepcionante” e um “desastre”.
Tebet deu a declaração em entrevista à jornalista Miriam Leitão, na GloboNews.