Jair Bolsonaro mostrou a muitos dos eleitores que votaram nele em 2018 que uma aventura política pode custar segundo a revista Veja, muito caro. Uma parcela do eleitorado bolsonarista hoje busca desiludida uma alternativa ao presidente negacionista que fez tudo o que fez no Planalto para tumultuar as reformas, o combate à pandemia e o ambiente de negócios no país.
Pois bem. As próximas eleições, na visão de líderes partidários, serão marcadas pela escolha dos chamados “políticos de ofício”. Castigada por optar pela aventura, a audiência tenderia a escolher um político que saiba dialogar com o Congresso e com os demais poderes de modo a estabelecer um ambiente de equilíbrio e estabilidade para garantir a volta dos investimentos e de alguma prosperidade no próximo ciclo de quatro anos.
Um político que não esteja em casa de bermuda e camiseta no fim da tarde, como faz Bolsonaro, mas que trabalhe até tarde da noite para destravar os gargalos do país. Essa análise, se estiver correta, favorece o ex-presidente Lula e o governador de São Paulo, João Doria.
Para o bem ou para o mal, o eleitorado sabe o que Lula foi no Planalto. Sabe também o que foi Doria no comando do estado mais importante do país. Conhece Bolsonaro. Só não sabe o que será do país com Sergio Moro na condução do Planalto, da política, da economia, da educação, da saúde… O mesmo pode ser dito de Ciro Gomes, com sua já distante passagem pela gestão pública.
O ex-juiz da Lava-Jato tem o desafio de mostrar ao país, durante a campanha, que tem um plano de Nação que avance para além da importante discussão do combate à corrupção, tema principal de suas falas até o momento.
“O desmonte promovido pelo atual governo nas políticas públicas do MEC, dos órgãos ambientais, na cultura e em tantos setores importantes do governo torna a apresentação de um plano de reconstrução de país ainda mais indispensável para os postulantes ao Planalto. Quem já governou, pode falar do que fez. Quem nunca foi governo, terá de remar dobrado”, diz um importante cacique partidário.