A inovação não é uma lógica simples pautada em passos iguais para todas as companhias. Reconhecer sua importância e tentar seguir tendências para desenvolver soluções, realizar eventos para se aproximar das startups ou criar uma área focada no tema podem fazer com que a empresa se perca no meio do caminho se os objetivos não estiverem bem traçados e alinhados à medição de resultados e ao envolvimento da alta gestão. É justamente aí que muitas têm deslizado, de acordo Caroline Marino, da revista Época Negócios.
“Vejo um pouco de ‘oba oba’ e pouca efetividade”, diz o ex-evangelista da IBM Cezar Taurion, CSO da RedCore, que atua com consultoria estratégica de IA e P&D. Para ele, os conhecidos Innovation Days, por exemplo, têm funcionado mais como palco para a organização discursar que faz algo voltado à inovação, seja para os colaboradores ou demais stakeholders, do que ação efetiva. É a expressão do receio em um mercado cada vez mais competitivo e sedento por mudanças, o Fear of Missing out (FOMO), que significa “medo de ficar por fora”. Para não se perderem no trajeto, as organizações devem olhar para dentro e começar a mensurar o que chamam de inovação, até mesmo para ver se ela existe ou é um sonho distante.
Não à toa, o levantamento Innovation Index, realizado pela Dell Brasil em parceria com a Vanson Bourne com mais de 6 mil líderes de negócios e TI em cerca de 45 países, sendo 300 deles no Brasil, mostra que 97% das companhias por aqui reconhecem o valor de inovar – contra a média global de 86% –, e 83% classificaram suas organizações como inovadoras. No entanto, segundo a pesquisa, só 5% delas estão na categoria mais alta e são, realmente, avançadas no tema. Cerca de 42% estão na classe de “avaliadores da inovação”, ou seja, demonstram preocupação com o assunto, mas ainda estão no processo de construção de planejamentos iniciais.