O presidente nacional do Democratas, ACM Neto, afirmou nesta quinta-feira (15), em Ipiaú, que o maior desafio da Bahia é mudar a matriz econômica do estado. Ele realiza a terceira edição do movimento Pela Bahia, desta vez na região cacaueira e do Médio Rio de Contas, onde visita empreendimentos e conversa com lideranças e moradores.
“Não tenho dúvida que o desafio da Bahia é mudar a nossa matriz econômica. A Bahia ainda é um estado com muita desigualdade, muita pobreza seja urbana ou rural. E o que a gente quer é um projeto de futuro da Bahia que mexa com a economia do estado para dar oportunidade a todos. A nossa principal preocupação é apresentar um projeto econômico para o futuro do estado que nos traga novas oportunidades de emprego, que renove a esperança dos baianos em relação ao seu futuro”, disse
Na região, ele citou a cultura cacaueira, que teve uma grande contribuição para a Bahia, mas enfrenta problemas. “Sobretudo, em função da vassoura de bruxa e dos efeitos que trouxe, atingindo não só o produtor, os donos de terras, que produziam o cacau, mas a economia como o todo, o trabalhador que dependia disso”, afirmou.
“A nossa visita aqui também tem esse caráter de ver os potenciais de diversificação da produção agrícola, de modernização, não só na própria lavoura cacaueira, mas de outras culturas que podem ser estimuladas, trazendo tecnologias para industriar. E a gente sabe que quando industrializa está gerando empregos. O estado tem um papel nisso, tem que ser um articulador, tem que estimular, tem que garantir ações de infraestrutura para que os empreendimentos possam deslanchar. Tem que dialogar com os produtores, com os empresários, com os trabalhadores”, acrescentou.
Na região, ele visitou empreendimentos locais como a Laticínio Diamantina, a Piscicultura Canta Galo, a cerâmica Cores da Terra e a fábrica GranKakao. Ele também foi ao centro de Ipiaú, onde conversou com moradores e lideranças. Na Cores da Terra, Neto se encontrou com empresários locais, que apresentaram desafios para o desenvolvimento dos empreendimentos locais e para gerar mais empregos.
Entre os pontos apresentados pelos empresários, está a falta de amparo e assistência técnica a agrocultores; as más condições de rodovias, o que prejudica o escoamento da produção; a falta de crédito agrícola; e falta de valorização do turismo local.
A agenda ainda vai contar com visita à Doce Mel e à Fazenda Flor de Liz. Nesta sexta-feira (16), o movimento Pela Bahia vai a Itagi e Jitaúna. Acompanham Neto o deputado estadual Sandro Régis (Democratas), o deputado federal Leur Lomanto Jr. (Democratas), o prefeito de Itagi, Dr. Olival, o pré-candidato a deputado federal Alipinho da Doce Mel, o vereador de Salvador Claudio Tinoco, entre outras lideranças locais.
Eleições
Questionado pela imprensa local sobre candidatura ao governo no próximo ano, ACM Neto afirmou que, caso seja candidato e vença a eleição, estará diante do maior desafio de sua vida. “Nós vamos mostrar que é possível colocar a Bahia em outro patamar”, disse.
“Eu só tenho uma opção, que é de acertar, de fazer o melhor. E eu não vou me contentar com nada diferente do que oferecer a Bahia o melhor governo do Brasil. Foi o que fiz como prefeito da capital. A gente vai construir ao longo dos próximos anos o que vai fazer uma plataforma de governo do futuro, uma proposta completa de futuro para a Bahia”, enfatizou.
Contudo, ele destacou que não vai “sair jogando pedra, ou criticando tudo que foi feito nesses últimos anos no estado”. “A gente quer trazer essa visão arrojada, essa visão de futuro, essa visão de olhar a Bahia como estado que lidere o crescimento não só do Nordeste, mas do Brasil”, completou.
ACM Neto disse ver a situação do Brasil com preocupação em função da pandemia da Covid-19, que já provocou mais de 530 mil mortes no país, além dos impactos econômicos e sociais. “Na Educação, boa parte da rede pública ainda não voltou. Isso traz um prejuízo enormes para crianças, jovens, para toda uma geração. A gente ainda tem que conviver com a pandemia, e as incertezas”, pontuou.
Educação e segurança
Como desafios para o estado, ACM Neto citou educação e segurança pública. Na primeira área, relembrou que a Bahia está entre os piores estados no ensino médio, segundo o Ideb. “É uma vergonha. É um legado muito triste depois de 16 anos de governos do PT. Faltou aqui, na Bahia, prioridade, faltou visão, faltou investimento da Educação”, disse.
“Não podemos ter mais de 1,5 milhão de baianos acima de 25 anos analfabetos, como temos hoje. Nós temos 26 estados e o Distrito Federal, e a Bahia do 25ª ao 27ª em todos os indicadores em reprovação, evasão escolar, número de alunos matriculados no ensino médio. Isso é uma vergonha. A gente não vai ter estado forte no futuro com esses números na Educação”, afirmou.
Sobre a segurança, ressaltou que o governo do estado deve assumir sua responsabilidade. “Nós precisamos é de um governador que chame para si a responsabilidade. O que a gente vê muito hoje é aquela velha justificativa: ‘o problema da segurança é do Brasil, é um problema nacional’. Ou aqueles que procuram atribuir as mazelas sociais o problema da Segurança Pública. É verdade? É verdade. Só que é mais verdade ainda que a segurança pública exige que qualquer governador, que queira encarar o problema com seriedade, bata no meu peito e diga: ‘esse problema é meu, eu vou enfrentar, eu vou combater a criminalidade, eu vou fazer de tudo para reduzir a violência'”.