O presidente da República, Jair Bolsonaro, voltou a se eximir da responsabilidade pela crise econômica e de outros problemas do país. Um dia após a divulgação da maior inflação para um mês de outubro em quase 20 anos, ele disse que a culpa pela disparada dos preços e do desemprego é exclusivamente das medidas restritivas adotadas durante a pandemia da Covid-19 para evitar ainda mais mortes no Brasil, que já perdeu mais de 600 mil vidas para o novo coronavírus.
“Como é que está a inflação? Já sabem quem é o culpado? Quem não fechou nenhum botequim sou eu. […] É impressionante: o cara brocha em casa e eu sou o culpado”, disse o presidente em conversa com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, na manhã desta quinta-feira (11). Os admiradores dele estavam no espaço conhecido como “cercadinho”.
“O problema do desemprego chama-se metodologia. Quem está vivendo na informalidade, está há 10 anos vendendo algo na rua, é tido como empregado e quando foi fechado tudo esse pessoal foi procurar emprego, mas não tinha. Aí entrou tudo na lista dos desempregados. Daí vem a imprensa, a esquerda, afirmar que eu aumentei o desemprego no Brasil”, emendou Bolsonaro.
Ainda na manhã desta quinta-feira, Bolsonaro criticou Sergio Moro, seu ex-ministro da Justiça, ao comentar o discurso de filiação do ex-juiz ao Podemos, pelo qual deve concorrer à Presidência da República. Bolsonaro afirmou que Moro “não aprendeu nada”.
“Eu assisti (o evento da filiação) porque foi meu ministro, li o discurso. Não aprendeu nada, não aprendeu nada. Ficou um ano e quatro meses ali e não sabe o que é ser presidente, nem ser ministro”, afirmou Bolsonaro, em meio a risadas.