Depois que a divulgação de novas imagens mostrando a atuação do GSI durante a invasão ao Palácio do Planalto em 8 de janeiro tornou a criação da CPMI dos Atos Golpistas irreversível, o foco do governo Lula passou a ser assegurar a maioria das 32 vagas para deputados e senadores da base aliada – ou negociada, como deve ser o caso de membros do Centrão.
O líder do governo, o senador pela Bahia Jaques Wagner (PT), diz não ver “nenhuma possibilidade” de a presidência ou a relatoria da CPI mista cair nas mãos de “alguém que queria puxar a narrativa do pessoal da barbárie”.
Por isso, ele avisa à oposição: “Um dia, eles vão se arrepender de ter puxado essa CPI”.
A esperança dos parlamentares bolsonaristas segundo Nicholas Shores, da Veja, é mirar as armas da comissão (convocações, quebras de sigilo e cobertura midiática) contra Lula, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, e Gonçalves Dias, o ex-ministro do GSI. Alegam que a cúpula do governo federal teria “deixado” a invasão acontecer para ganhar um salvo-conduto em nome da “defesa da democracia” logo no início do mandato presidencial.
Mas, para Jaques Wagner, a insistência da oposição na CPMI será um tiro no pé.
“Acho que alguém pode criticar o GDias porque não conseguiu prever [o risco de invasão], mas não vejo nenhuma conivência dele. Agora, quem estava lá dentro eram funcionários [de confiança] dele ou do [ex-ministro do GSI, general Augusto] Heleno?”, questiona o senador, deixando claro qual será a narrativa governista na abertura dos trabalhos da CPMI.