O ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi sorteado relator da Operação Overclean, que investiga desvios de emendas parlamentares. O caso foi enviado nesta quinta-feira, 16, ao STF, a pedido da Polícia Federal.
A transferência do inquérito decorre das suspeitas de envolvimento de parlamentares com prerrogativa de foro. O STF é a instância competente para investigar deputados e senadores. O processo tramita em segredo de Justiça.
Após prender empresários, a Polícia Federal quer aprofundar a investigação para identificar se há parlamentares envolvidos no esquema. O inquérito foi aberto há um ano, a partir de suspeitas envolvendo contratos com prefeituras da Bahia, mas outros Estados também estão na mira da PF, como Tocantins, Amapá, Rio de Janeiro, Goiás e Ceará.
Três personagens-chave conectam as suspeitas. São os empresários José Marcos Moura, conhecido como “rei do lixo”, e Alex Rezende Parente e Fábio Rezende Parente, donos de uma empresa de pavimentação e construções. Eles chegaram a ser presos pela PF, mas conseguiram habeas corpus para aguardar a conclusão da investigação em liberdade.
A Polícia Federal afirma que o esquema envolveu fraudes em licitações e negociação de propina com servidores públicos. O próximo passo é verificar se houve conluio com deputados que indicaram as emendas. Os policiais federais apreenderam R$ 1,5 milhão com Alex em um jatinho que saiu de Salvador para Brasília.
Primo do deputado federal Elmar Nascimento, líder do União Brasil na Câmara dos Deputados, o vereador Francisco Manoel do Nascimento Neto, mais conhecido como Francisquinho Nascimento (União Brasil-BA), é suspeito de receber propina de R$ 100 mil para direcionar contratos da prefeitura de Campo Formoso. Ele foi secretário-executivo municipal e também chegou a ser preso na investigação.