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sexta-feira 7 de outubro de 2022 às 16:25h

Nunca vista em eleições presidenciais, virada no 2º turno exigirá de Bolsonaro a conquista de 368 mil votos por dia

NOTÍCIAS, POLÍTICA


A campanha do presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição pelo PL, começou a fazer contas tão logo as urnas indicaram que haveria segundo turno contra o candidato mais votado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A diferença entre os dois adversários, de 6.187.159 votos, é a menor já registrada desde a redemocratização.

Para virar a disputa, no entanto, apenas conquistar esse número de eleitores não é suficiente para Bolsonaro. Dentre todos os pleitos presidenciais que tiveram votação em segundo turno desde 1989, Bolsonaro foi justamente quem precisou da menor proporção do eleitorado para chegar ao Planalto. Foram 40,81% dos brasileiros aptos a votar os que elegeram o agora candidato à reeleição. Para o eleitorado atual, isso representaria 63,8 milhões de votos, ou 10,3 milhões além dos obtidos por ele no primeiro turno. Isso significa que, até 30 de outubro, o presidente precisaria conquistar 368.384 eleitores por dia.

O eventual êxito do presidente nessa missão, de novo, não é o bastante para definir se Bolsonaro permanecerá ou não no Palácio da Alvorada pelos próximos quatro anos. Em 2010, José Serra (PSDB) obteve 377.825 votos por dia entre o primeiro e o segundo turno. Acabou derrotado por Dilma Rousseff (PT), que mesmo crescendo em ritmo menor, terminou com 12 milhões de votos a mais que o tucano.

Quem mais conseguiu crescer nas semanas até o segundo turno foi Aécio Neves (PSDB), em 2014. O ex-governador de Minas também teve a maior votação para um candidato derrotado: 55,3 milhões. Para chegar ao número, Aécio ganhou em média 840.526 votos por dia entre o primeiro e o segundo turno contra Dilma.

O pleito de 2014 foi o que chegou mais perto de ter uma virada na eleição presidencial. Nas disputas para os governos estaduais, o candidato mais votado na primeira votação foi derrotado em 33% das eleições que tiveram segundo turno desde 1989.

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O percentual se refere a 80 votações dos dez maiores colégios eleitorais do país: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grande do Sul, Paraná, Pernambuco, Ceará, Pará e Santa Catarina. Houve segundo turno em 39 eleições feitas nesses estados. Em 13 vezes, o governador eleito não havia sido o mais votado na primeira votação.

A maior virada ocorreu em São Paulo, em 1990. No primeiro turno, Paulo Maluf (então no PDS) teve 2 milhões de votos a mais que Luiz Antonio Fleury Filho (PMDB). Na segunda votação, o peemedebista superou Maluf por 503.573 votos.

Estado com maior número de eleitores, São Paulo terá nova disputa em segundo turno neste ano, com Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Fernando Haddad (PT). A virada pretendida pelo petista não acontece em território paulista há 24 anos, desde outra derrota de Paulo Maluf, desta vez para Mário Covas (PSDB).

O pesquisador Jairo Pimentel, do Centro de Economia e Política do Setor Público (Cesesp) da FGV, diz não acreditar que o baixo número de viradas no segundo turno seja resultado de uma diminuição do interesse das pessoas passada a primeira votação. Ele explica que o chamado “voto útil”, quando eleitor opta pelo candidato com mais chances de vencer, é capaz de aproximar o resultado da primeira votação ao da conclusiva.

— Há quem diga que o segundo turno é uma nova eleição, mas não é bem assim. Quem chega na frente leva vantagem por causa de uma consolidação difícil de ser desfeita no período de três ou quatro semanas. As orientações dos eleitores já estão muito cristalizadas ao fim do primeiro turno. Quem faz o movimento de “voto útil” no primeiro turno vai votar no mesmo candidato no segundo. Então, em geral, não existe a possibilidade de uma migração muito grande dos votos no período até o segundo turno, salvo algumas exceções — diz Pimentel.

Na última eleição, de 2018, só houve uma virada nas disputas estaduais, em Santa Catarina. Os eleitores do estado novamente irão decidir o governador em segundo turno neste ano. Assim como em São Paulo, a votação do dia 30 entre os catarinenses também opõe um candidato bolsonarista, Jorginho Mello (PL), e um petista, Décio Lima.

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