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As eleições municipais de 2024 registraram o recorde de mulheres eleitas para o cargo de prefeita, registrando o número de 724 mulheres no primeiro turno e podendo chegar a 742 se todas que estão disputando o segundo turno forem eleitas. Pela primeira vez o número de gestoras eleitas para o executivo chegou a 700, com o percentual de 15%. O Movimento Mulheres Municipalistas (MMM) vê com otimismo o aumento de eleitas, mesmo que seja de maneira lenta e gradual.
Noventa e seis anos após a primeira prefeita eleita no Brasil, a eleição de mulheres ao cargo de prefeita é crescente desde então, com exceção das eleições municipais de 2016, único ano em que o número de eleitas diminuiu. O número de mulheres eleitas este ano, além de ser o maior já registrado, representa mais do que o dobro em 24 anos.
Em visita à sede da Confederação Nacional de Municípios (CNM), a atual vereadora de Taquaral de Goiás (GO) e primeira mulher eleita prefeita no Município em 2024, Lorena Machado Neri, visitou a sede da CNM e deu um depoimento sobre a sua participação política e o fato de ser a primeira mulher a gerir seu Município. “Eu avalio como uma oportunidade para desenvolver nossa cidade. Nós sentimos na campanha o interesse das mulheres e dos homens também, pois o apoio deles foi importante e eu espero que o fato de ter uma prefeita possa inspirar a cidade”, comentou.
A eleição de mais gestoras representou a mudança do cenário de mulheres à frente do executivo municipal em alguns Estados. Em dezesseis deles foram registrados aumento no número de eleitas, sendo eles Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pernambuco, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins. Enquanto Roraima, Goiás e Piauí mantiveram o mesmo número de prefeitas eleitas no pleito de 2020 e, por outro lado, Acre, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Paraná e Rio Grande do Sul registraram uma queda no número de eleitores.
Histórico
Em 1929 foi eleita a primeira mulher prefeita do Brasil e da América Latina, Alzira Soriano no Município de Lajes, no Rio Grande do Norte. Por uma mudança na legislação eleitoral no Estado, o local também registrou a eleição da primeira vereadora e primeira eleitora brasileira. O Estado permanece, até os dias atuais, como líder no protagonismo da presença da mulher na política. Após o resultado das eleições municipais de 2024, no Rio Grande do Norte, a cada quatro eleitos para o poder executivo local, um é mulher.
Em 2029, com o fim do primeiro mandato da eleição dos gestores que irão assumir no ano que vem, representará também cem anos da eleição de Alzira. A presidente e fundadora do MMM, Tania Ziulkoski destaca que “o movimento vai intensificar ações de mobilização das mulheres que atuam no municipalismo para transformar esse cenário e quebrar mais um recorde daqui a quatro anos”, pontuou.
