O número de brasileiros presos no exterior praticamente triplicou na última década. Segundo dados de 2022 do Itamaraty, o total de cidadãos do Brasil em penitenciárias de outros países era 7,8 mil, número 212% maior em comparação com os dados de 2011, quando 2,5 mil pessoas foram detidas em outras nações.
O índice não engloba os 37,3 mil brasileiros detidos tentando cruzar de forma irregular as fronteiras dos Estados Unidos (EUA) somente em 2022, de acordo com autoridades norte-americanas.
Os dados do Ministério das Relações Exteriores foram publicados pelo portal Metrópoles, via Lei de Acesso à Informação (LAI). Os arquivos enviados pelo Itamaraty detalham país da prisão, tipo de crime, situação judicial e outras informações. O material vai de 2011 a 2022.
Em 2022, 4 mil brasileiros estavam presos na América do Norte, ou seja, o continente concentra 51% das detenções de cidadãos do Brasil em todo o globo. Somente no México, 3.709 pessoas estão na cadeia por infrações às regras de ingresso no país. Outros 2 mil estão presos na Europa (27% do total), e 1,1 mil (15%) na América do Sul.
Entre os brasileiros condenados em solo estrangeiro, 39 cumprirão prisão perpétua, ou seja, passarão o resto da vida na cadeia. No entanto, 23 deles têm direito a condicional ou liberdade antecipada. Outros 16 não têm essa alternativa e jamais voltarão a viver em liberdade.
O Itamaraty, no entanto, não tem conhecimento sobre o motivo de prisão de 700 cidadãos presos fora do território brasileiro. O levantamento divulgado também não especifica dados sobre eventuais prisões políticas em nações que não seguem regimes democráticos.