Os novos gestores municipais devem herdar cerca de 3 mil lixões espalhados pelo país. Isso porque muitos municípios não cumpriram os prazos para erradicação dos lixões, estipulados pela Política Nacional de Resíduos Sólidos, de 2010. O último foi em agosto deste ano. De acordo com o Sistema Nacional de Informações de Saneamento (Snis) em reportagem de Pedro Gil, da Veja, 1.593 municípios ainda possuem lixões. Alguns, mais de um.
Na avaliação de especialistas, as propostas dos novos candidatos para saneamento básico nas cidades, incluindo o fim dos lixões, são rasas e não detalham quais seriam as soluções. “O Marco Legal do Saneamento exige que os municípios cobrem pela prestação de serviço. Mas muitos gestores têm resistido a instituir a cobrança pelo custo político da medida, com receio de perder a popularidade entre eleitores”, avalia Fernando Vernalha, especialista em infraestrutura e sócio-fundador do Vernalha Pereira.
Para os novos prefeitos, o desafio será estruturar novas concessões para a prestação destes serviços, considerado por especialistas o modelo mais apropriado para possibilitar investimentos no seu aprimoramento. “Sem isso, dificilmente a agenda de erradicação dos lixões irá avançar nos próximos anos”, avalia Vernalha.