Os auditores de controle externo recém-empossados no Tribunal de Contas do Estado da Bahia (TCE-BA) participaram, na última quinta-feira (7), de uma nova etapa de capacitação que incluiu a fiscalização in loco de obras e reformas no Colégio Estadual José de Freitas Mascarenhas, Colégio Modelo Luís Eduardo Magalhães e Colégio Estadual Polivalente de Camaçari, unidades educacionais localizadas no município de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). É a primeira vez que, após receber capacitação teórica, uma equipe de novos auditores do TCE-BA participa de uma experiência prática de fiscalização em campo. Em cada unidade escolar, os serviços foram filmados com drone, ferramenta tecnológica que tem auxiliado o trabalho de auditoria no TCE-BA, trazendo evidências e registrando o cenário real das inspeções de obras. A iniciativa de levar os novos auditores da Casa a participar da inspeção de campo partiu da 1ª Coordenadoria de Controle Externo (1ª CCE), com o total apoio do seu coordenador, Bruno Ventim.
Orientada pelas auditoras Sandra Carneiro e Dalva Andrade Erdens, instrutoras do curso de capacitação, e com o apoio dos auditores Nilton Nery dos Santos e Ricardo Dantas de Almeida, a turma foi subdividida em três grupos, cada um designado a fiscalizar uma das unidades escolares. Os trabalhos foram acompanhados pelo coordenador de obras da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder), Felipe Lobão, e pelo fiscal de obras Jovino Silva da Cruz. Munidos de planilhas e boletins de medição, os novos auditores da Casa de Contas e Controle verificaram se o que foi apontado em termos quantitativos está de acordo com o que foi executado na obra/reforma e ainda observaram pormenores em relação à qualidade dos serviços.
Responsável pela supervisão da experiência prática dos auditores, Sandra Carneiro, que acompanhou o grupo que inspecionou a reforma que vem sendo feita no Colégio Estadual José de Freitas Mascarenhas, chamou a atenção da turma para a importância de se atentar para a precisão em termos de serviços e contratos. “O importante, nesta fase, é deixar eles agirem com independência e intervir quando necessário, tirando dúvidas e esclarecendo o que for preciso. Hoje eu alertei os fiscais de obra e os servidores para uma questão importante: é bom estar atento aos serviços de cada contrato para não criar confusão entre os objetos e não misturar serviços de contratos diferentes, o que pode gerar irregularidades”, explicou a auditora.
Enquanto estava sendo realizado o trabalho de inspeção, a auditora Dalva Andrade Erdens percebeu que alguns dos novos auditores identificaram problemas em relação às obras nas unidades educacionais. E manifestou satisfação em vê-los já inspecionando as obras com o olhar de auditor. “Eles questionaram vários pontos. Alguns apontaram que a obra está para terminar e ainda assim apresenta problemas de qualidade nos serviços. A gente já percebe que eles já têm autonomia para agir e ainda veem a obra com um olhar de auditor”, revelou Dalva Erdens.
Na avaliação do auditor Nilton Nery dos Santos, a experiência de campo é de grande importância porque familiariza os novos auditores com situações que serão encontradas no dia a dia de trabalho. “É uma experiência importante porque, com esse trabalho prático, eles vão entender como se faz auditoria. Eles podem verificar a qualidade dos serviços, dos materiais, numa obra que está praticamente concluída. Então eles passam a saber o que deve ser feito de fato. Neste caso, eles verificaram o boletim de medição nos pontos financeiros e de acessibilidade, por exemplo. No Colégio Polivalente, as obras principais que inspecionamos foram o auditório, o vestiário, a quadra e o campo de futebol”, salientou Nilton.
Novos auditores falam da experiência
“Essa visita foi interessante pra gente realmente observar tudo o que se estava falando e discutindo na sala de aula. E para mim, que não sou engenheira, não tenho uma formação em engenharia, para mim foi essencial porque eu consigo aplicar realmente um olhar mais crítico e de uma maneira muito mais concreta. A gente consegue discutir e criar várias ideias. Eu não esperava me deparar com essa situação da inspeção em campo. Fiquei muito animada. Todos nos auxiliaram desde o início, já preparando todo mundo, até para quem não tem experiência com obra, para a gente ter um outro olhar, para além da questão meramente material, meramente de construção. Então acho que a gente consegue também ter essa análise crítica”
Bárbara Emily Ribeiro de Oliveira
“Estamos aqui, em Camaçari, numa escola estadual, verificando uma reforma da qual a gente já teve acesso às planilhas de medição e à planta. Estamos aqui em loco, observando se tudo foi feito conforme estava previsto. Isso é muito importante pra gente poder ver na prática como é o trabalho de auditoria, o que tem que ser feito. Conseguimos entender algumas nuances que só o pessoal mais experiente consegue passar pra gente”.
Rômulo Pedrosa de Resende Silva
“Eu estou achando muito boa essa atividade prática. A gente consegue realmente ver na prática aquilo que a gente vivenciou em sala de aula. Vemos que isso é importante para iniciar os nossos trabalhos de uma forma mais efetiva. Porque a gente sabe que na teoria é uma coisa, mas na prática diferente. Com pouco tempo que a gente tá aqui, já percebeu várias questões e pudemos encontrar supostos achados de auditoria”.
Saulo Emanoel de Lima Brito
“Eu considero essencial a gente ter esse segundo momento para que se possa colocar em prática o que a gente tem aprendido neste um mês de curso. E no caso da auditoria de obras, a gente sente que ela é, de fato, muito pé no chão, a gente tem que estar aqui, tem que colocar o pé na obra, tem que sentir o que aconteceu, tem que medir. Então está sendo uma experiência bem diferente. Eu, que não sou engenheira, estou vivendo uma experiência diferente e olhando a obra já com outro olho, com outro olhar que não tive anteriormente. Então é isso, eu achei bem interessante”.
“É muito importante essa experiência em campo porque, quando você vê algo dentro da sala de aula, você fica muito atrelado à questão teórica, e a prática muitas vezes extrapola a teoria. Então, para que você consiga verificar alguns achados, muitas das vezes você vai ter que estar atrelado ao campo, porque você, em sala, não vai conseguir verificar. Fazer a verificação dentro do ambiente teórico é importante, mas cruzar com as informações que você consegue obter do ambiente externo também é mais importante ainda”.
Jhonatas Santos