A Novonor (antiga Odebrecht) trocou seu chefe de compliance. Saiu Rafael Gomes, então diretor de Integridade e Gestão de Riscos, e entrou o advogado Bruno Brasil.
Brasil foi diretor jurídico da OAS entre 2001 e 2017, durante a fase mais aguda da Lava-Jato. Ele foi interceptado em conversas com Leo Pinheiro. Segundo a Polícia Federal, havia indícios de que a OAS teria tentado ser aproximar do advogado na tentativa de interferir nas decisões do STJ.
Em mensagem interceptada, Brasil teria contado a Pinheiro que a empresa ganhou um caso no STJ por 3 votos a 2, com voto favorável de Benedito Gonçalves, acusado de favorecer o empresário, que responde: “Preciso agradecer ao nosso Amigo. Parabens!” [sic].
José Ricardo Nogueira Breghirolli, ex-funcionário da OAS e delator, acusado de envolvimento no pagamento de propinas a políticos, disse que houve uma ordem da empreiteira logo no início da operação para destruir celulares. Segundo ele, essa ordem teria sido dada por Brasil
Brasil chegou a participar das negociações das delações dos executivos da empreiteira, mas nunca chegou a ser delator de fato.
Desde a Lava-Jato, Brasil se reinventou e se especializou em boas práticas de governança. Fez cursos aqui e no exterior sobre Integridade e Compliance. Até ministrou palestras sobre “ética e integridade na participação em licitações públicas”.