A formação do superbloco MDB, PSD, Republicanos, Podemos e PSC, com 142 deputados, oficializada nesta última terça (28), começou a ser costurada segundo Mariana Carneiro, do Estadão, há cerca de um mês em um encontro entre os presidentes do MDB, Baleia Rossi (MDB-SP), e do PSD, Gilberto Kassab (PSD). Os partidos são sócios na coalizão política que dá sustentação ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) em São Paulo. A aliança denota ainda o distanciamento do Republicanos do Centrão, grupo até então formado pela sigla com PP e PL, o que consequentemente drena poderes de Arthur Lira (PP-AL). Segundo relatos no PSD, Lira só ficou sabendo da articulação há poucos dias e, por isso, não reagiu.
Líderes das siglas envolvidas dizem que não desejam confrontar Lira. Mas admitem que o movimento dá mais estabilidade para a aprovação de pautas de interesse do governo na Câmara, principalmente as matérias ligadas à economia, o que na prática alarga a base governista – PSD e MDB já integram formalmente a base.
Como resposta, eles preveem que PP e União Brasil tentarão um bloco para se fortalecer na Casa, uma vez que a tentativa de federação naufragou.
O principal benefício do maior bloco é ter vantagem nas indicações para comissões mistas, como as que analisarão as medidas provisórias – com exceção da Comissão Mista do Orçamento. Isso motivou os parlamentares dessas siglas a se animarem com o retorno dos colegiados mistos, algo que era visto com resistência pelos deputados no embate entre Lira e Rodrigo Pacheco (PSD-MG).