O novo primeiro-ministro da China, Li Qiang, alertou nesta segunda-feira (13) que “não será uma tarefa fácil” para o país atingir sua meta de crescimento econômico em 2023.
“Receio que atingir nossa meta de crescimento de cerca de 5% não será uma tarefa fácil e exigirá que redobremos nossos esforços”, disse Li em entrevista coletiva em Pequim.
A previsão modesta “foi determinada após extensa consideração de vários fatores”, explicou Li à mídia local e internacional ao chegar à sessão de encerramento da Assembleia Nacional Popular (ANP), o mais alto órgão legislativo da China.
Ele alertou sobre “muitos novos desafios” para o crescimento, embora tenha acrescentado que as pessoas não estão de olho nos números do PIB chinês. Ao contrário, disse, elas se preocupam mais com “questões específicas próximas a elas”, como moradia, emprego, renda, educação e saúde.
Li, um aliado próximo do presidente Xi Jinping, foi confirmado como primeiro-ministro em uma votação unânime da ANP no sábado.
Seu antecessor no cargo foi Li Keqiang, que se manteve no cargo durante a primeira década de Xi no poder. Antes de deixar o cargo, Li Keqiang anunciou na abertura da ANP que a China ambiciona um crescimento econômico “cerca de 5%” este ano.
A segunda maior economia do mundo cresceu apenas 3% no ano passado, um dos níveis mais baixos em décadas, devido ao impacto das restrições da covid-19 e da crise no setor imobiliário.
Modernizar a defesa
Li Qiang criticou ainda o “cerco” e a “repressão” em seu país por parte dos Estados Unidos, num contexto de tensões exacerbadas com Washington.
“A China e os Estados Unidos podem e devem cooperar. Se cooperarmos, podemos conseguir grandes coisas”, disse Li, acrescentando que “o cerco e a repressão não são uma solução”.
Os comentários de Li marcaram o fim de mais de uma semana de reuniões de alto nível em Pequim.
O presidente Xi, que foi confirmado para um histórico terceiro mandato como chefe do governo chinês, insistiu na sessão de encerramento da ANP sobre a necessidade de fortalecer a segurança nacional.
“A segurança é a base do desenvolvimento, enquanto a estabilidade é um pré-requisito da prosperidade”, declarou Xi.
“Devemos promover plenamente a modernização da defesa nacional e das forças armadas, e transformar as forças armadas populares numa Grande Muralha de aço que proteja eficazmente os interesses da soberania nacional, segurança e desenvolvimento”, acrescentou.
Xi, de 69 anos, agradeceu aos milhares de delegados no Grande Salão do Povo em Pequim pela designação, prometendo “tomar as necessidades do país como minha missão e os interesses do povo como minha medida”.
Ele também pediu a consolidação da estabilidade em Hong Kong e a reunificação com a ilha autônoma de Taiwan, que Pequim considera parte de seu território.
“A confiança das pessoas é a maior força que me move e também é uma grande responsabilidade sobre meus ombros”, disse ele.