Com lideranças internas dizimadas pela Lava-Jato, a Odebrecht deve apostar em um nome de fora para suceder o executivo Ruy Sampaio na presidência do grupo baiano.
Segundo o jornal O Globo, o processo vem sendo conduzido por Maurício Odebrecht, filho caçula de Emílio. O patriarca também tem papel decisivo na escolha do nome.
Uma das possibilidades é que o novo chefe seja anunciado em 18 de dezembro, na reunião de fim de ano da companhia. Se for batido martelo pela escolha de um nome externo, será a primeira vez em sua história que o grupo baiano terá um presidente de fora de casa.
Até o momento, alguns nomes com histórico na Odebrecht despontaram na disputa, como o de Juliana Baiardi, presidente da Atvos, braço de etanol da Odebrecht. A ascensão da executiva, porém, é considerada de acordo com a coluna de Bela Megale como pouco provável, já que seria vista como um retorno da influência de Marcelo Odebrecht na empresa. O marido de Juliana é tido como homem de confiança de Marcelo e o pai dela chegou a emprestar dinheiro para o ex-presidente do grupo, devido ao bloqueio de seus bens. A executiva, inclusive, já comunicou que abre mão da disputa.
Outra opção é o presidente da Braskem, Roberto Simões. Este, porém, tem sido alvo de críticas por ter uma gestão considerada, por parte da família e executivos do grupo, “passiva” diante das pressões da Petrobras para vender a Braskem.
O terceiro nome e mais forte no momento, segundo pessoas ligadas à empresa, é o de Marco Rabello, principal executivo financeiro da holding. Dos três, é o mais próximo de Maurício Odebrecht e bem recebido pela família de Emílio. No entanto, há internamente dúvidas se ele teria estofo para conduzir a empresa em um momento de crise aguda como essa. Não se descarta que Rabello assuma um “mandato tampão”, até que um nome definitivo seja encontrado.