O novo comando da Caixa Econômica Federal irá anunciar a criação de um canal de denúncias para receber relatos de assédio sexual e moral dentro do banco, na esteira dos casos que levaram à saída do ex-presidente Pedro Guimarães.
O ex-presidente pediu demissão na quarta-feira (29), depois de funcionárias da Caixa o denunciarem por assédio sexual, o que é investigado pelo Ministério Público Federal.
O anúncio de um canal sigiloso para que funcionários denunciem casos de assédio, tanto sexual quanto moral, está nos planos da escolhida para presidir o banco, a administradora Daniella Marques.
Ela tem trânsito no Palácio do Planalto e era braço direito do ministro Paulo Guedes no Ministério da Economia.
Na Secretaria de Produtividade e Competitividade, que tocava há alguns meses, Daniella havia criado um programa para inclusão de mulheres na gestão pública.
Além de um canal em que os funcionários possam relatar situações que viveram, a nova gestão do banco deve promover uma troca ampla em postos de comando da instituição.
Relatos ouvidos pelo blog dão conta de que Guimarães trocou pelo menos 300 pessoas dentro da instituição, inclusive constrangendo membros de conselhos do banco a deixarem seus cargos.
Apesar da gravidade dos fatos relatados por mulheres que sofreram assédio, o presidente da República não demitiu Guimarães, que renunciou com uma carta em que nega as acusações e chega a falar em ser um instrumento para ataques políticos e eleitorais ao governo.