Diretora da Organização Mundial da Saúde (OMS), Mariângela Simão afirmou que o órgão prepara um “tratado internacional sobre pandemias” e que é “questão de tempo” para surgirem novas crises sanitárias mundiais”. De acordo com a médica brasileira, em entrevista ao canal português RFI, uma nova pandemia é “inevitável”.
O tratado sobre pandemias ainda não foi aprovado, mas circula na OMS para que seja reforçado o papel do órgão em situações de emergência como a vivida nos últimos anos com o novo coronavírus. Mariângela diz que o tratado cria uma série de formalidades que os países e o setor privado teriam que acatar no caso de uma pandemia mundial.
“Esta pandemia, depois da gripe espanhola, foi a mais impactante e é também uma constatação: acho que o mundo precisa acordar porque a gente vê que não foram apenas os países em desenvolvimento que fora afetados. Afetou o mundo todo, ninguém estava preparado. A Assembleia Mundial de Saúde, agora em novembro, estará discutindo a possibilidade de desenvolver um tratado para pandemias”, explicou Mariângela.
A diretora da OMS defende a ampliação da vacinação contra a covid-19 em todo o mundo (“equidade vacinal”) para evitar o surgimento de novas variantes e diz que adolescentes (12 a 15 anos) devem ser vacinados com a Pfizer, única com recomendação de uso a esta população na bula, mas apenas depois da vacinação de jovens com comorbidades. Simão ainda diz que não há vacinas aprovadas para aplicação em crianças.
Sobre a vacina anticovid anual, “é possível que isso aconteça”.
Sobre os medicamentos para tratar a Covid-19, Mariângela diz que “A OMS já recomendou a utilização de betametazona para pacientes graves em ambientes hospitalares. Em julho, a OMS fez uma recomendação para o que a gente chama de anticorpos monoclonais”, afirma, citando o coquetel Regeneron, que fornece anticorpos contra a infecção pelo coronavírus.