O presidente Lula da Silva disse nesta quinta-feira (17) acreditar que vai “tentar orientar” o eleitor a escolher bons candidatos nas cidades que ainda disputam o segundo turno.
Lula deu a declaração à Rádio Metrópole, de Salvador. Mais tarde, ainda nesta quinta, Lula deve participar de um comício em Camaçari – onde o ex-prefeito Luiz Caetano, do PT, disputa segundo turno com Flávio (União).
“Quando a gente escolhe um prefeito, é como se a gente tivesse escolhendo um padrinho. Quando você escolhe um padrinho, escolhe alguém que você gosta, você confia, e alguém que você quer depositar até a guarda do seu filho em caso de uma desgraça na família”, disse Lula.
“É preciso ter muito critério para escolher, e a gente não pode permitir que as pessoas cometam equívocos. Nós temos que tentar orientar. E, depois, obviamente que a gente acata o resultado do povo.”
Na entrevsita, sem citar nomes, Lula também criticou candidatos que se dizem “antissistema”. Segundo o presidente, eles “são o sistema porque são filhos da elite”.
“Aquele de candidato de São Paulo a prefeito, o candidato de Fortaleza, eu não vou nem dizer por que ele virou famoso. Essa gente que acha que são engraçados, que podem ofender tudo mundo. Eles são contra o sistema. O sistema são eles, eles são o sistema porque eles são filhos da elite”, disse.
“E fica aquela teoria da prosperidade como se fosse um mantra religioso, como se todo mundo pudesse ficar rico, quando na verdade a gente quer melhorar a vida das pessoas, a gente quer que todo mundo viva um padrão de vida decente, que está previsto na Constituição, na Bíblia, na declaração dos direitos humanos”, continuou.
Ao longo de toda a entrevista, Lula fez críticas ao que chamou de “política do ódio”. Ao citar as eleições de 1989, por exemplo, disse que o Brasil tinha “políticos com P maiúsculo, e não essa joça que tem hoje disputando”.
“Era tão bom quando você fazia a disputa com o PSDB. Hoje virou a política do ódio. Hoje é ofensa pura. Você viu o que fizeram com Datena no debate. Como a democracia pode ressurgir? E não é uma coisa do Brasil”, afirmou em outro momento.