Já estão certos no governo a partir de 2023 ministros nordestinos nas seguinte pastas:
- Justiça – Flávio Dino (PSB), ex-juiz, ex-governador do Maranhão e senador eleito pelo estado;
- Defesa – José Múcio Monteiro (sem partido), pernambucano e ex-ministro do TCU (Tribunal de Contas da União);
- Casa Civil – Rui Costa (PT), governador em fim de mandato da Bahia;
- Cultura – Margareth Menezes (sem partido), cantora baiana;
- Educação – Camilo Santana (PT), ex-governador e senador eleito do Ceará;
- Desenvolvimento Social – Wellington Dias (PT), ex-governador e senador eleito pelo Piauí;
- Ciência e Tecnologia – Luciana Santos (PCdoB), vice-governadora em fim de mandato de Pernambuco;
- Secretaria-Geral da Presidência – Márcio Macedo (PT), deputado federal por Sergipe.
Governo Bolsonaro iniciou sem nordestinos
As indicações são um forte contraste com o primeiro ministério de Jair Bolsonaro, que começou o governo em 2019 sem um nome sequer da região — mas que tinha até um colombiano, o ex-ministro da Educação Ricardo Vélez Rodríguez.
Ao longo do governo Bolsonaro, alguns poucos nomes acabaram sendo indicados para o primeiro escalão, como João Roma (BA), Gilson Machado (PE) e Rogério Marinho (RN), que lideraram as pastas de Cidadania, Turismo e Desenvolvimento Regional, respectivamente.
Mais nomes do Nordeste podem comandar ministérios
No caso do governo Lula, outros nomes seguem cotados e são favoritos para assumir pastas, como o ex-governador e senador eleito por Alagoas, Renan Filho (MDB), candidato para o Ministério de Minas e Energia.
Ainda há articulações do PSB que podem acomodar outro nome nordestino, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), que está em fim de mandato.
Todos esses nomes fazem parte da “melhor safra de bons governadores do país”, como Lula se refere aos chefes de executivo que deixaram ou vão deixar o governo agora no final de 2022.
A melhor safra de bons governadores do país aconteceu no nordeste. Vocês não sabem o que significa a criação do Consórcio do Nordeste. É por isso que o @paulodantasal tem a responsabilidade de ser um governador melhor ainda.
— Lula (@LulaOficial) June 17, 2022
Nomes são políticos e não técnicos
Para o cientista político Adriano Oliveira, professor da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), dois pontos devem ser levados em conta nas escolhas de Lula como protagonista do ministério:
Os nomes já são tradicionais na política nordestina. Não estamos falando de um técnico, mas de políticos que já têm experiência no Nordeste e que tenham capacidade técnica por já conhecerem a região.”
Adriano Oliveira, UFPE
Com 27% do eleitorado, o Nordeste é a região em que Lula liderou as eleições. “Aqui é o quartel general, e como consequência, você tem a maioria dos governadores aliados do presidente”.
Há necessidade de ter políticos que conheçam a região para desenvolver ações que cativem ainda mais o eleitor e ampliem sua popularidade.
Adriano Oliveira, UFPE