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quarta-feira 8 de novembro de 2023 às 07:56h

Nomes ligados a Sarney e ao PT engrossam lista de candidatos à PGR; confira os cotados

JUSTIÇA, NOTÍCIAS


Um mês e meio após o fim da mandato de Augusto Aras à frente da Procuradoria-geral da República, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue em busca do próximo titular da cadeira e, nesta semana, mais dois subprocuradores entraram no páreo. Um deles é Aurélio Rios, ligado a setores progressistas da PGR e nome preferido de uma ala do PT. O outro, Luiz Augusto dos Santos Lima, era ligado à gestão de Aras e conta com o apoio do ex-presidente José Sarney.

Na sexta-feira passada, Lula esteve com Rios. Auxiliares do presidente dizem que a conversa foi “boa”, mas o petista não tem deixado transparecer preferência nos encontros que teve até aqui com os candidatos a PGR. Nesta semana, Luiz Augusto Lima deve ser recebido no Planalto. Desde a saída de Aras, o posto vem sendo ocupado interinamente por Elizeta Ramos.

Procurador da República desde 1987, Aurélio Rios tem 62 anos e atuou sobretudo em temas ligados à defesa dos direitos dos povos indígenas e foi procurador federal dos Direitos do Cidadão de 2012 a 2016, nomeado pelo então chefe da PGR Rodrigo Janot. Rios é coautor de um artigo publicado em 2019 chamado “Operação Lava-Jato: a necessidade da crítica”, e neste ano assinou um manifesto em defesa do “resgate” e da “correção de rumos” do Ministério Público Federal, em que os signatários pedem que a instituição reassuma as atribuições previstas pela Constituição.

Luiz Augusto Santos Lima entrou no MPF em 1992 e tem 60 anos. É considerado um nome mais conservador e integrou o gabinete de Augusto Aras, tendo assumido o posto de vice-PGR já no final da gestão no lugar de Lindôra Araújo. Ele também foi representante do MPF perante o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), na vaga que antes era ocupada por Aras. Sua atuação na instituição tem tido foco na área econômica, tanto que coordena a 3ª Câmara do MPF, que lida com Consumidor e Ordem Econômica. É maranhense, assim como o ex-presidente Sarney.

A data da conversa de Lula com Santos Lima ainda não está definida, mas as chances são grandes de que ocorra ainda nesta semana e na presença do advogado-geral da União, Jorge Messias, que tem acompanhado os encontros. A vacância no comando da PGR já é a mais longa desde a redemocratização.

Enquanto avalia os novos candidatos, seguem no páreo os outros dois primeiros cotados ouvidos por Lula: o subprocurador-geral Antônio Carlos Bigonha, apoiado por uma ala do PT e auxiliares do presidente; e o atual vice-procurador-geral eleitoral Paulo Gonet, que tem o respaldo de Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes. Recebidos pelo petista em setembro, os dois causaram boa impressão no petista, que quis, no entanto, consultar outros nomes por considerar que a PGR é, hoje, a escolha mais estratégica que tem para fazer em seu governo.

Os mais cotados

  • Paulo Gonet: É vice-procurador-geral eleitoral, com perfil discreto e conciliador. Um dos nomes mais fortes ao posto e tem respaldo de Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes.
  • Antônio Carlos Bigonha: O subprocurador foi presidente da ANPR e é visto pelos pares como um entusiasta do progressismo, portanto, mais alinhado ao campo ideológico do PT.
  • Luiz Augusto dos Santos Lima: É considerado um subprocurador-geral de perfil mais conservador e integrou o gabinete de Augusto Aras, tendo assumido o posto de vice-PGR já no final da gestão, no lugar de Lindôra Araújo. Com uma atuação na instituição mais focada na área econômica, foi também representante do MPF perante o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
  • Aurélio Rios: Ligado à ala mais à esquerda da PGR, atuou sobretudo em temas ligados à defesa dos direitos dos povos indígenas. Também foi assessor do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Sepúlveda Pertence. É coautor de um artigo publicado em 2019 chamado “Operação Lava-Jato: a necessidade da crítica”.

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